O nariz de Cleópatra

Quem foi que encheu a sua cabeça com tantas bobagens? 
Por que não para para pensar um pouquinho? 
Deixa de ser tão besta a ponto de concordar com tudo 
Com os lixos cibernéticos que enfiam na sua mente 
Procure libertar-se desses grilhões 
Pelo menos deveria tentar e não ficar perdendo tempo. 
 
Essa angústia existencial envolta em brumas de um nevoeiro 
Ofuscam a sua visão a tal ponto de não mais questionar 
Ninguém ouve quando falamos e ignoram a nossa voz 
Mas não importa nada disso porque o futuro já está comprometido 
É como cera que derrete sob a luz do sol ofuscante 
Enquanto ficam olhando para o vazio. 
 
Não permaneça como um cego tolo que não vê nada 
Não seja surdo como muitos que não ouvem nem a própria voz 
Pegue nas mãos dos que ainda sonham com a liberdade 
E lute como se essa fosse a última batalha 
O mundo não é um mar de rosas 
É um campo de batalha e você pensa que não está aqui?
 
Quem disse a você que a curiosidade matou o gato? 
Quem colocou fogo no quintal perto de casa 
E deixou que o vento trouxesse a fumaça direto em meus olhos? 
Uma puta de uma sacanagem com os aflitos de coração 
Com os que não podem ver um palmo diante do nariz 
E olha que nem estou falando do nariz de Cleópatra. 
 
Como pode ter um cordeiro no topo da montanha? 
É em vão essa esperança e perda de tempo acreditar 
Que alguns podem mudar as suas perspectivas a partir desses enunciados 
Quando na verdade querem apenas deitar em suas redes e balançar 
O mundo não é lugar para preguiçosos 
Nem para guerreiros solitários. 
 
Por que não encontro o seu nome nos anais da História? 
O que fez que não deixou nenhum registro de seus feitos memoráveis? 
Agora não adianta lamentar a sua sorte 
Os antropólogos estão a sua espreita e não encontram traços culturais 
Que possam satisfazer a sua sana demoníaca de soberba 
Afinal, quem madou você comer o fruto proibido? 
 
Agora eu me vou pela estrada e não espere mais nada 
Estou cansado de tantas baboseiras proferidas nas casas de leis 
Promessas armazenadas em sacos furados 
Espalhadas pelas ruas desertas de uma cidade qualquer 
Quando crianças choram sem ter o leite para beber 
Eles esbanjam seus dólares em uisques caríssimos. 

 
Poema: Odair José, Pota Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Siga-nos @poetacacerense

Submited by

Lunes, Abril 10, 2023 - 18:14

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 17 horas 26 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 17942

Comentarios

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Desilusión Erro 1 4.151 06/15/2009 - 19:11 Portuguese
Poesia/Amor Seus Olhos 1 3.773 06/05/2009 - 18:14 Portuguese
Poesia/General Mudança 0 3.772 05/27/2009 - 16:19 Portuguese
Poesia/Tristeza Noite 1 2.516 05/26/2009 - 18:32 Portuguese
Poesia/Desilusión Ponto Final 1 5.290 05/23/2009 - 23:57 Portuguese
Poesia/Tristeza Falta de você 1 7.451 05/20/2009 - 12:37 Portuguese
Poesia/Amor Tal qual um peregrino 1 3.524 05/15/2009 - 21:20 Portuguese
Poesia/Tristeza Deserto 3 5.077 05/14/2009 - 08:53 Portuguese
Poesia/Aforismo Coração Sólido 1 3.246 05/05/2009 - 12:24 Portuguese
Poesia/Amor Incertezas 1 2.493 04/30/2009 - 18:35 Portuguese
Poesia/General Regresso 1 2.274 04/29/2009 - 23:34 Portuguese
Poesia/Amor Razão de amar 2 2.953 04/28/2009 - 17:36 Portuguese
Poesia/Amor O Grito 1 1.794 04/22/2009 - 23:35 Portuguese