Pérolas aos porcos
Um pânico geral em todas as cidades
Um monstro a solta pronto a causar sérios danos
Ruas desertas em silêncio sepulcral
Olhos a espreita para mais uma vítima
Ratos nos esgotos prontos a deliciar-se
Com os temores de uma sociedade doente.
Tumores concerígenos expostos às moscas
E pessoas que se acham donos da verdade
No labirinto não tem mais o Minotauro
Apenas Ícaro despencando das nuvens
E Hércules limpando os currais de políticos
Nas extensas fazendas de falsos pastores
Lobos disfarçados de ovelhas que limpam as peles
Roubam a pouca dignidade dos seres humanos.
Onde estão os bravos deste mundo?
Aqueles que prezam pela honra
Cavaleiros de uma época não tão remota
Que foram torturados pelos instrumentos
De uma inquisição nos palácios governamentais.
São monstros escondidos nos quartos
Crianças inocentes abusadas nas noites tenebrosas
Vítimas de um sistema corrupto e inescrupuloso
Que provoca revoltas e conflitos internos
E quem as poderá salvar em seus silêncios sombrios?
A vida passa tão lentamente para os que sofrem
Para os que estão sozinhos em um mundo cruel
Expostos a selvageria de bárbaros sedentos de sangue
Que não se preocupam nenhum pouco com nada
E do outro lado os que jogam pérolas aos porcos
Como se a inocência não valesse nada.
Onde estão as vozes dos que bradam contra as injustiças?
Onde estão os heróis deste planeta?
Não aqueles das Histórias em Quadrinhos
Mas os que dão a vida para proteger os inocentes
E levam alento e afeto aos pequenos que precisam
Apenas de um pouco mais de atenção e carinho.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
www.odairpoetacerense.blogspot.com
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