História oficial

Sentinelas de um tempo passado 
Em pé no alto da muralha 
Observam o horizonte distante 
Sem conseguir ver nas sombras noturnas 
Vultos fantasmagóricos a espreita 
Esgueirando pelas paredes ocas 
Anunciando que em breve virá o fim. 
 
Ninguém consegue ver um palmo a frente do nariz 
Ninguém consegue ouvir o som da morte 
Alguns dormem o sono profundo
Do qual nunca mais acordará 
Porque o destino agora está selado 
Nas mãos dos que derramam sangue. 
 
Em algum lugar há um observador 
Um sentinela acima daqueles sentinelas 
Que aguarda a sua vez de agir 
Mas permanece de braços cruzados 
Porque sabe que cada um tem o seu próprio destino 
A sua própria e solitária jornada. 
 
O tempo passa lentamente para uns 
Passa muito depressa para outros 
E há os que nem percebem que o tempo existe 
Porque estão presos em seus casulos 
Criando expectativas que não se realizam 
Raízes que não se aprofundam com o tempo. 
 
Então, mais veloz que um raio 
As muralhas são atacadas sem receios 
Gritos de agonias se podem ouvir ao longe 
Vidas que não serão registradas 
E muito menos lembradas na História 
Simplesmente fazem parte de um amontoado 
De corpos espalhados pelo chão. 
 
Vai ver eu estava apenas sonhando 
Ou será que mais alguém viu o que vi? 
Na longa marcha da humanidade 
Nomes foram esquecidos com o tempo 
Nomes de pessoas que estavam lá enfrentando o inimigo 
Não fazem parte da História oficial 
Porque não tiveram o tempo de escrever. 

 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Jueves, Febrero 1, 2024 - 20:16

Poesia :

Sin votos aún

Odairjsilva

Imagen de Odairjsilva
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 20 horas 3 mins
Integró: 04/07/2009
Posts:
Points: 18290

Comentarios

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Imagen de Odairjsilva

Visitem os

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Odairjsilva

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos O paradoxo da existência 7 164 03/23/2025 - 17:08 Portuguese
Poesia/Intervención A chaga oculta 7 380 03/21/2025 - 19:51 Portuguese
Poesia/Alegria O que é poesia? 7 166 03/20/2025 - 22:53 Portuguese
Poesia/Pasión É veneno o teu encanto 7 185 03/19/2025 - 20:19 Portuguese
Poesia/Desilusión Últimas palavras de amor 7 197 03/18/2025 - 21:48 Portuguese
Poesia/Amor Jeitinho de menina 7 366 03/17/2025 - 22:41 Portuguese
Poesia/Pasión O dia que decidires me beijar 7 414 03/16/2025 - 13:53 Portuguese
Poesia/Pensamientos Eleitor brasileiro 7 510 03/15/2025 - 14:14 Portuguese
Poesia/Meditación Sofre o velho poeta 7 411 03/15/2025 - 14:06 Portuguese
Poesia/Meditación O que a vida nos ensina 7 274 03/11/2025 - 20:59 Portuguese
Poesia/Meditación Sentado na praça 7 343 03/10/2025 - 20:21 Portuguese
Poesia/Pasión O olhar dela 7 844 03/09/2025 - 13:42 Portuguese
Poesia/Meditación Distúrbio social 7 325 03/08/2025 - 13:40 Portuguese
Poesia/Pasión Nos fios de fogo 7 747 03/07/2025 - 22:35 Portuguese
Poesia/Desilusión Amanhã ainda esqueço 7 339 03/06/2025 - 19:23 Portuguese
Poesia/Pasión Nós temos essa noite 7 781 03/05/2025 - 12:51 Portuguese
Poesia/Meditación Se a vida é efêmera 7 313 03/04/2025 - 19:58 Portuguese
Poesia/Desilusión Havia coisas que eu deveria ter dito 7 911 03/04/2025 - 12:44 Portuguese
Poesia/Desilusión Quando um coração solitário se quebra 7 317 03/03/2025 - 13:18 Portuguese
Poesia/Desilusión Não és mais inspiração 7 385 03/02/2025 - 13:40 Portuguese
Poesia/Pensamientos Selvagem imaginação 7 907 03/01/2025 - 20:17 Portuguese
Poesia/Intervención Há sempre mãos estendidas 7 376 03/01/2025 - 13:22 Portuguese
Poesia/Pensamientos Sou o que sou 7 1.149 03/01/2025 - 01:09 Portuguese
Poesia/Meditación A terra é só a terra 7 231 02/28/2025 - 19:45 Portuguese
Poesia/Desilusión A saudade que já não sinto mais 7 215 02/27/2025 - 22:15 Portuguese