da noite em que o amor se eternizou
rasguei os teus nomes na areia
com ejaculação sanguínea
dos grãos
as cicatrizes das formas marulhadas
eram rosto do bramido
agrilhoado
verti temporizadores de inversão
e
a maresia que encolhia
no fetal
implodia-se com vagas de negrume
lacrimejaram lunares no tórrido
congelado desértico
correntes do inaudível
com dispêndio dos ausentes
e
escorreram-se de salinas
da viagem que sana
o purificado
vazio
fiz-me inerte com esquecidos
colapsada memória
no espúmeo
que se reflecte
perdi-te as formas
no irreversível
mas
do cadáver de eterno retorno
não se decompõe
arrastei-te ao cume
da fenda do abismo
e
laminei os estrelados
marquei-te as seivas
nos rochedos
porque pingavam ao celeste
inverti o espelho inverso
da ampulheta do amor
arranquei olhos
com ferros que enferrujam
furei tímpanos
com unhas lascadas de carne
empalei narinas
com almofadas de derrames orgásticos
crivei lábios
com cordas que suspendem astros
decepei membros
com brisas dos amantes de amanhã
e no tumular sem flores
me enterrei contigo
© Bruno Miguel Resende
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