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da noite em que o amor se eternizou

rasguei os teus nomes na areia
com ejaculação sanguínea
dos grãos

as cicatrizes das formas marulhadas
eram rosto do bramido
agrilhoado

verti temporizadores de inversão
e
a maresia que encolhia
no fetal
implodia-se com vagas de negrume

lacrimejaram lunares no tórrido
congelado desértico
correntes do inaudível
com dispêndio dos ausentes
e
escorreram-se de salinas
da viagem que sana
o purificado
vazio

fiz-me inerte com esquecidos
colapsada memória
no espúmeo
que se reflecte

perdi-te as formas
no irreversível
mas
do cadáver de eterno retorno
não se decompõe

arrastei-te ao cume
da fenda do abismo
e
laminei os estrelados
marquei-te as seivas
nos rochedos

porque pingavam ao celeste
inverti o espelho inverso
da ampulheta do amor

arranquei olhos
com ferros que enferrujam

furei tímpanos
com unhas lascadas de carne

empalei narinas
com almofadas de derrames orgásticos

crivei lábios
com cordas que suspendem astros

decepei membros
com brisas dos amantes de amanhã

e no tumular sem flores
me enterrei contigo

© Bruno Miguel Resende

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sexta-feira, outubro 30, 2009 - 03:19

Poesia :

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