O Natal de Stone Halls
Aconteceu em uma pequena cidade do Mato Grosso
No final dos anos oitenta
Circulava pela pequena praça da vila
Uma criança que tinha uma vista atenta.
Na noite anterior, véspera de Natal,
Tinha observado as pessoas em festa
Que passava por ele em meio burburinho
Sem saber que em seu estômago nada resta.
Há poucos dias passados sua mãe tinha ido embora
Deixando que ele pudesse sobreviver
Sem a proteção que só uma mãe pode dar
Em um mundo difícil de crescer.
O pai tinha que trabalhar para sustentá-lo
E com ele não podia, naquele dia, estar.
Enquanto as pessoas festejavam
Para ele não sobrava nem um olhar.
O cheiro suave das carnes sendo assada
Em suas narinas chegavam
Deixando sua fome mais apertada
E uma tristeza que seus pensamentos solapavam.
Não sabia por que passava por aquilo
Pois era uma criança que desejava a felicidade
Que tanto propagavam nesses dias
Mas que, para ele, só existia a saudade.
Com os olhos fundos de tristeza
Olhava para as casas cheias de gente
Sentia-se sozinho naquele universo
E sabia que, para eles, era indiferente.
Em sua cabecinha ficava uma inquirição
Que parecia resposta não ter
Por que falavam tanto em espírito natalino
Se ninguém importava com o seu sofrer?
Odair José
Poeta e Escritor Cacerense
http://odairpoetacacerense.blogspot.com
http://cinehistoriaojs.blogspot.com
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1826 reads
Add comment
other contents of Odairjsilva
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Intervención | O regresso a inevitável casa | 3 | 1.334 | 06/28/2022 - 19:10 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Sem esperança não há vida | 3 | 1.539 | 06/27/2022 - 19:18 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Escravos do medo | 3 | 2.612 | 06/27/2022 - 12:05 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Mude a perspectiva da sua vida | 3 | 1.780 | 06/24/2022 - 22:00 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | A mais pura paixão | 3 | 1.352 | 06/24/2022 - 00:53 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | A solidão que me faz bem | 3 | 3.744 | 06/23/2022 - 21:58 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Aquele sonho | 3 | 4.855 | 06/23/2022 - 18:35 | Portuguese | |
Poesia/Alegria | Vai no cais pra ver | 3 | 7.316 | 06/22/2022 - 20:01 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Silenciosa saudade | 3 | 1.986 | 06/21/2022 - 20:32 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Rasgar a alma | 3 | 2.346 | 06/20/2022 - 22:42 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | Em suas mãos | 3 | 1.265 | 06/20/2022 - 11:02 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | O caminhar da humanidade | 3 | 856 | 06/18/2022 - 12:40 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Otros | Uma Noite Memorável - Lançamento de livros do Poeta Cacerense | 0 | 5.782 | 06/15/2022 - 19:05 | Portuguese |
Poesia/Alegria | Uma Noite Memorável - Lançamento de livros do Poeta Cacerense | 0 | 3.591 | 06/15/2022 - 18:58 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Vivo cada dia | 3 | 1.876 | 06/13/2022 - 10:59 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Nunca se desvanece | 3 | 1.976 | 06/10/2022 - 20:42 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | Helena de Tróia | 3 | 1.912 | 06/09/2022 - 19:18 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Poesía | Cáceres em Versos e Reversos - Análise do poema | 0 | 4.398 | 06/08/2022 - 21:31 | Portuguese |
Poesia/Dedicada | Cáceres em Versos e Reversos - Análise do poema | 0 | 5.070 | 06/08/2022 - 21:27 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Outra noite | 3 | 2.927 | 06/08/2022 - 18:27 | Portuguese | |
Poesia/Amor | A silhueta dos amantes | 3 | 641 | 06/08/2022 - 01:44 | Portuguese | |
Poesia/Amor | O Éden é Você | 3 | 1.752 | 06/07/2022 - 17:36 | Portuguese | |
Poesia/Amor | Não importa o que digam | 3 | 1.364 | 06/06/2022 - 18:33 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Vestígios | 3 | 1.046 | 06/06/2022 - 11:27 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Neuroses cotidianas | 3 | 1.809 | 06/03/2022 - 19:38 | Portuguese |
Comentarios
Re: O Natal de Stone Halls
Odair,
Um tema triste, uma realidade cruel que existe... Escreves de forma sútil mas a força de tuas palavras fazem-nos refletir...
Parabéns! :-)
Re: O Natal de Stone Halls
LINDO SEU POEMA, GOSTEI!
MOSTRA A HIPOCRISIA DESTE ESPÍRITO NATALINO, QUE TODOS EXALTAM E DIZEM TER E QUERER, MAS QUEREM SÓ PARA ELES E NÃO PARA O SEUS IRMÃOS, QUE PELA SORTE OU DESTINO, SÃO ABANDONADOS, TENDO SEMPRE FOME, NO ESTÔMAGO, NOS OLHOS E NO CORAÇÃO!
POR ISSO TENHO MINHAS RESERVAS COM O TAL NATAL!
PODERÁS LER MEU POEMA, NATAL 2009, ABORDANDO O TEMA!
Meus parabéns,
MarneDulinski