Adeus

Adeus, adeus,
Este cáucaso para mim,
tem em demasia Prometeus,
Tenho pena do pássaro
que voa em ventos ateus
engana-se com a víscera
come o fígado sem preguiça
come carniça e nem é urubu
no fim quem acaba triste e mortiça
sou eu, que tomo no cu.

Adeus, adeus, tristes insanos Prometeus
vou-me, e sei que não deixarei saudade
vou-me embora, chegou a hora
vou esbaldar-me na realidade
encontrar um amor, foder com felicidade.

Desculpem-me pela falta de decoro
é que li Bocage
e a ele faço coro.
Beijo a todos,
desculpem-me aos quais eu falto com respeito
mas não há outro jeito
para isto ser feito.

GRATA A TODOS QUE ME LERAM.

Caros colegas poetas, com este texto encerro a saga gêneros literários.

Este gênero eu gosto muito, volta e meia poetas românticos sentem este ímpeto satírico.

Saliento aqui como representante do gênero satírico
Manuel Barbosa du Bocage, talvez o mais famoso e consagrado autor de poesia satírica, Padre Braz da Costa Mendonça, rui Moniz entre outros.
Recomendo a leitura dDA Antologia de Poesia portuguesa Erótica e Satírica,de Natália correi- Antígona e Frenesi.
É de se cagar de rir...
Outro cunho da poesia satírica socialmente era criar impacto, pois sempre ficava uma suspeita do ar na ironia criada.
Espero ter conseguido.

Nota: Se procura o livro de Juvenal, veja Sátiras (Juvenal).
A sátira é uma técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados), geralmente como forma de intervenção política ou outra, com o objectivo de provocar ou evitar uma mudança. O adjectivo satírico refer-se ao autor da sátira.
A paródia pode estar relacionada com a sátira. A paródia imita outra forma de arte, de uma forma exagerada, para criar um efeito cómico, ridicularizando, geralmente, o tema e estilo da obra parodiada. Ainda que por vezes as técnicas próprias da sátira e da paródia se sobreponham, não são sinónimas. A sátira nem sempre é humorística - por vezes chega a ser trágica. A paródia é, inevitavelmente de carácter cómico. A paródia é imitativa por definição - a sátira não tem de o ser. O humor satírico tenta, muitas vezes, obter um efeito cómico pela justaposição da sátira com a realidade. O principal objectivo da sátira é político, social ou moral - e não cómico... O humor satírico tende, pois, para a sutileza, ironia e uso do efeito cómico do deadpan (impassibilidade do humorista, como se não percebesse o ridículo das situações que apresenta).
Nas sociedades célticas, cria-se que uma sátira composta por um bardo tinha efeitos físicos, semelhantes a uma maldição.
Hoje ainda podemos falar de sátiras e paródias audiovisuais, que nada mais são do que as reproduções da sátira ou da paródia como as conhecemos através de meios audiovisuais, como a televisão, o cinema e mais recentemente a internet. A sátira e a paródia aqui ganham elementos novos, pois passa-se a trabalhar com o jogo de imagens e sons, sendo esses dois os principais elementos com que se irá criar o efeito cômico ou o efeito crítica-ironia, e não mais através somente do texto e de sua interpretação. O leitor da sátira e da paródia passa ao espectador desses estilos que em última análise podem se manifestar em qualquer linguagem.
Uma das características da sátira antiga é a apropriação paródica dos mais diversos gêneros literários da Antiguidade, incluindo uma heterogeneidade estilística em que prosa e verso encontravam misturados no mesmo texto. Mas outra etimologia, ligada à língua grega, associa a sátira à figura mítica do sátiro, lembrando uma de suas características mais importantes, já encontrada na comédia antiga e transmitida ao romance: a irreverência. O que caracteriza a irreverência satírica é o seu caráter denunciador e moralizador. De fato, o objetivo da sátira é atacar os males da sociedade, o que deu origem à expressão latina: castigat ridendo moris, que se pode traduzir livremente como "castigar os costumes pelo riso". Por seu caráter denunciador, a sátira é essencialmente paródica, pois constrói-se através do rebaixamento de personalidades (reais ou fictícias), instituições e temas que, segundo as convenções clássicas, deveriam ser tratados em estilo elevado. Ou seja: a sátira ri de assuntos e pessoas "sérias", para denunciar o que há de podre por trás da fachada nobre impingida à sociedade. Portanto o riso satírico é diametralmente oposto à idealização épica.
Sendo o riso satírico em geral extremamente sarcástico, o grotesco é um dos procedimentos favoritos do satirista, que costuma mostrar a deformação grotesca do corpo do personagem satirizado como uma alegoria dos seus defeitos morais.
Um poeta muito conhecido por suas sátiras foi Gregório de Matos e Guerra, poeta de estilo barroco.
[editar]Técnicas satíricas mais utilizadas

Diminuição - Reduz o tamanho ou grandeza de algo de forma a tornar a sua aparência ridícula ou de forma a fazer sobressair os defeitos criticados. Por exemplo, quando alguém, num discurso político, decide chamar "bando de garotos" aos membros de outro partido, usa a diminuição. A primeira parte de As Viagens de Gulliver, passada na ilha fictícia de Liliput, é também uma sátira diminutiva.
Inflação - Quando se exagera, aumentando, algum aspecto da coisa satirizada. Tal como a diminuição, é uma forma de hipérbole (negativa no primeiro caso, positiva, no segundo). O exagero das dimensões de algo serve também para acentuar os defeitos daquilo que se pretende satirizar. Como exemplo desta técnica, podemos considerar a obra de Alexander Pope, The Rape of the Lock.
outro exemplo: " Os Rolling Stones são tão velhos, mas tão velhos que ja viraram múmias vivas!
Justaposição - Coloca ao mesmo nível coisas de importância desigual, de forma a rebaixar algumas, supostamente "elevadas" ao nível de outras consideradas menos nobres. Por exemplo, quando alguém diz que as suas disciplinas preferidas na escola são Cálculo Diferencial, Física e "micar as gajas" (expressão usada, no calão, em Portugal, e que significa: olhar para as garotas), estará a colocar as disciplinas científicas, supostamente mais elevadas e edificantes, ao mesmo nível de um passatempo que apela a instintos mais básicos.

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Sábado, Julio 3, 2010 - 14:19

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analyra

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Comentarios

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Re: Adeus

Perfeito!! Adeus a quem se fodeu!!Quem não teve um paecado que atire a primeira pedra, mas antes saiam todos da frente,pois podem machucar-se. Adeu?? ainda não... até logo, quizás. bjuss

Imagen de Outro

Re: Adeus

Está muito bom Ana!!Tal como te disse ao telefone.Não só pelo impeto satirico. O que me chama a atenção neste poema, és tu. Aconteceu alguma coisa em ti que eu não sei dizer.
Há maturidade neste teu poema que exige elasticidade.
A tua escrita já era muito boa, mas ganhar-se a elasticidade( que para mim é sinal de genialidade ) no pouco tempo que passou, volto a repetir, alguma coisa se passou.
Mesmo sozinha na cama, quem acordou contigo nela num destes dias.
Adorei. Quem escreve assim, escreve o que quer.
Parabéns!

Imagen de analyra

Re: Adeus

Não entendi a metáfora, muito mesmo o contexto, como meu amigo que és, bem sabes que na minha cama não anda ninguém há muito, os únicos que acordam nela são meus filhos.
Ta parvo Boy polar? Olha amigo, nem sempre quando mudamos ou quando nos enfadamos, ou quando nos entristecemos é sexo. A cama para mim no momento é apenas um móvel onde descanso minha carcaça até a morte chegar depois de cansar meus olhos de ler, e buscar em vão os poemas de amor que não me visitam mais.
beijos caro amigo, e para de ter fantasias com a cama...

Imagen de Librisscriptaest

Re: Adeus

Minha muito querida Lyra, o poema inspirado no Bocage está brilhante, jocoso, critico... No entanto uma mensagem fica no ar, de facto acho q tens de encontrar alguma paz de espirito, no meio dessa trovoada toda, no meio dessa energia, no meio de todo esse fogo, existe uma mulher fragil, doce, q precisa de amor e equilibrio...
As paixões fugazes são intensas e violentas e acho q precisas de encontrar tranquilidade!
Não digas adeus a prometeus q pouco ou nada te prometem, diz apenas olá a ti propria, encontra-te, respira-te, conhece-te, vive-te e mais q tudo AMA-TE, o resto vira naturalmente!
Adoro-te!
Beijinho grande em ti!
Inês

Imagen de LilaMarques

Re: Adeus

Ana, minha amiga,

Eu favorito, sem dúvida, o teu texto! Mas, jamais o adeus! Jamais...
Gostaria de ler daqui a pouco um retorno neste mesmo estilo. Só tu, amiga, como eu tão autêntica em tua vida.
Adeus? Não, amiga, não...

Beijo grande,
Lila.

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Re: Adeus

Por aqui, tenho a certeza, ninguém quer ouvir esse adeus!
Ana???
Liga o msn. Quero falar contigo amiga.
Beijo
Vóny Ferreira

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