MANIFESTO DE SILÊNCIO
Entre nenhures e algures,
disperso-me lugar de nada vazio cheio de tudo.
Entre mim e eu,
apartes ásperos e ressalvas suaves
comiseram a modéstia moléstia das palavras.
Meus dedos
são segredos tarados,
são larvas que não darão mais borboletas.
Desapego
o desassossego
em puxões anões
que me invertem o desatar
dos sentidos na hipnose dos serões.
Desesperances alcances,
almofadados de defeito onde deito a eito
a cabeça no abismo que sismo em me atirar.
O sol
ri-se num rol louco
de pedacinhos de sorriso rouco.
Invento
saber a pouco pousar
neste pesar de poses tontas
que me reviram os olhos em molhos de ócio.
Condói-me o luar
já sem ar neste mar de relógios,
parados num fio de lágrimas justas.
Dói-me
o vento passar óperas
num manifesto de silêncio,
rendilhado em teias de esconde-esconde.
De nevoeiro em nevoeiro,
grito faróis desconcertados por luz rabugenta.
De sombra em sombra,
escrevo o poema inspirado de não
pela mão da alma rezingona de si para si,
rasgando-me por inteiro com praxes de poeta.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 537 reads
Add comment
other contents of Henrique
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | AMAR É SER SOL E LUA | 6 | 1.730 | 07/03/2009 - 04:22 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | CAIXÃO | 7 | 2.213 | 06/18/2009 - 22:35 | Portuguese | |
Poesia/General | AJO | 1 | 2.964 | 05/21/2009 - 02:23 | Portuguese | |
Poesia/Amor | QUERO | 1 | 1.894 | 05/19/2009 - 14:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | EU... | 4 | 4.059 | 05/19/2009 - 13:24 | Portuguese | |
Fotos/Otros | O.V.N.I | 6 | 3.458 | 05/18/2009 - 13:26 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | ÁRIES | 2 | 2.042 | 05/11/2009 - 02:56 | Portuguese | |
Poesia/Pasión | TU | 1 | 2.506 | 05/11/2009 - 02:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | NOITE | 3 | 3.096 | 05/05/2009 - 09:28 | Portuguese | |
Poesia/Amor | QUÃO BELA É A MULHER | 2 | 3.991 | 09/24/2008 - 12:04 | Portuguese |
Comentarios
Re: MANIFESTO DE SILÊNCIO
O silêncio que se faz ouvir pelas tuas magnificas letras.
O sol
ri-se num rol louco
de pedacinhos de sorriso rouco.
Invento
saber a pouco pousar
neste pesar de poses tontas
que me reviram os olhos em molhos de ócio.
Abraço
Nuno
Re: MANIFESTO DE SILÊNCIO
"Entre mim e eu,
apartes ásperos e ressalvas suaves
comiseram a modéstia moléstia das palavras"
Bela esta passagem Henrique!
Sempre bom ler-te, amigo!
Beijinho em ti!
Inês