Soneto sobre o nada

Não sei exatamente o que falar agora.
Portanto, resolvi escrever sobre o nada.
Começo retirando os minutos das horas;
Números, ponteiros, arranco e lanço fora.

Balanço cada página do meu diário
E junto meus poemas todos na lixeira.
Desmancho cada data do meu calendário
E guardo meus anseios vãos na geladeira.

Eu solto da janela as penas da saudade
E uma a uma apago as luzes do futuro.
No ralo do banheiro, a razão, atiro.

Enterro no quintal lembranças de amizade,
Depois na minha cama, no meu quarto escuro...
Deitado, fecho os olhos, esqueço e não respiro.

Frederico Salvo
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Martes, Septiembre 7, 2010 - 12:42

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fredericosalvo

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Re: Soneto sobre o nada

Gostei de ler.

Abraço

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