Pezinhos (Gabriela Mistral)
Pezinhos de criança
azulados de frio
Como os veem e não os cobrem,
Deus meu!
Pezinhos feridos
pelas pedras todas,
ultrajados de neves
e lodos!
O homem cego ignora
que por onde passais,
uma flor de luz viva
deixais;
Que ali, onde colocais
a plantinha sangrante,
o nardo nasce mais
perfumado.
Sede, posto que marchais
pelos caminhos retos,
heroicos como sois
perfeitos.
Pezinhos de criança,
duas joinhas sofridas,
como passam sem ver
as pessoas!
Gabriela Mistral, poetisa chilena, Prêmio Nobel de Literatura de 1945, poema traduzido por Maria Teresa Almeida Pina.
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Jueves, Septiembre 16, 2010 - 01:54
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Comentarios
Pezinhos
Vejam a sensibilidade da poetisa ao descrever a cena das crianças abandonadas e
a cruel indiferença das autoridades e da sociedade em geral.