Estar sem estar

E vejo da calçada...

Vários ratos mecânicos de aço de cores
Correndo freneticamente pelo lodo negro asfalto.

Esta cidade está suja de pessoas
De máquinas, hotéis e desejos.

A ambição culpa os motivos...
Nem esperamos mais do jeito que
Temos que esperar
Nem choramos do jeito que
Devemos chorar
Ou sorrir ou sumir ou ser
Estar conseguir lutar.

Assassinamos mais e mais
As coisas que ainda são coisas.
Procuramos chamas fugidias
Escondidas por detrás dos sopros
Conduzidas por ventos e brisas.

Aqui, sem estrelas o céu é mar negro
Aqui, sem ninguém de tanta gente
De tanta gente, que não vejo ninguém
Só sinto cheiros e pensamentos atravessando pistas
Ratos que levam ratos nas máquinas
Que são
Canetas correndo e deixando para trás palavras,
Línguas caminhando pelos lábios da boca,
Vozes traduzindo sentimentos utópicos.

Um sentimento pagão quis chamar-se amor
Redescobrindo novas formas das velhas formas.
Nossa Terra está presa num cata-vento,
Nós somos “a criança” a segurá-la
O universo é o vento a girá-la.

De tarde o pai infinito nos bate
E nos tranca em nossos quartos
Para dormirmos na tentativa de sonhar.

Ainda estou tentando voar
Para longe de tudo que existe
De tudo que é normal,
Talvez tentando ser um livro
Ou um poema pobre, sem graça...
Envergonhado de tão seco
Envergonhado de tão tímido
Envergonhado por não acreditar em si.

Submited by

Martes, Diciembre 15, 2009 - 20:05

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

Alcantra

Imagen de Alcantra
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 años 4 semanas
Integró: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Alcantra

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Ponteiros abraçados 3 1.033 10/25/2011 - 09:48 Portuguese
Poesia/General Parabolé 1 1.507 10/21/2011 - 13:51 Portuguese
Poesia/General Afresco sepulcro 1 1.462 10/19/2011 - 11:41 Portuguese
Poesia/General A moça da casa 70 2 1.333 10/17/2011 - 21:33 Portuguese
Poesia/General Dysángelo 1 1.106 10/10/2011 - 14:54 Portuguese
Poesia/General Split cabelo de chocolate 0 1.894 09/02/2011 - 02:44 Portuguese
Poesia/General Olhos Frenéticos 0 1.228 08/25/2011 - 23:48 Portuguese
Poesia/General O murmúrio dos ventos 0 1.382 08/21/2011 - 16:59 Portuguese
Poesia/Amor Cume dia dor de mim 0 1.938 08/03/2011 - 22:41 Portuguese
Poesia/Desilusión O que é... O que já não é 3 1.200 07/14/2011 - 00:10 Portuguese
Poesia/Amor Um destroçado sorriso 1 1.405 07/10/2011 - 03:02 Portuguese
Poesia/General Laços da língua 0 1.226 07/09/2011 - 18:14 Portuguese
Poesia/Amor O manto e o inverno 0 1.492 06/19/2011 - 20:59 Portuguese
Poesia/General A Prata do Mendigo 0 1.624 05/18/2011 - 15:21 Portuguese
Fotos/Paisaje Contraste 0 1.865 05/15/2011 - 15:38 Portuguese
Fotos/Caras Alcantra 0 3.380 05/15/2011 - 14:52 Portuguese
Poesia/Amor Carta 2 1.361 05/10/2011 - 01:10 Portuguese
Poesia/General Lua do Sul 0 1.665 04/20/2011 - 15:08 Portuguese
Prosas/Mistério Arranhão do gozo 0 1.459 04/19/2011 - 15:30 Portuguese
Poesia/General Depois 2 1.907 04/16/2011 - 15:39 Portuguese
Poesia/Fantasía A cama e o sexo 1 1.929 04/13/2011 - 00:00 Portuguese
Poesia/Tristeza O veneno da flor 0 1.700 04/11/2011 - 15:25 Portuguese
Fotos/Perfil Alcantra 0 2.316 04/10/2011 - 23:46 Portuguese
Poesia/General Estar sem estar 1 1.553 04/06/2011 - 18:06 Portuguese
Poesia/General As trincas 1 1.085 03/26/2011 - 00:11 Portuguese