Naiade

O tempo passa,surpreendentemente passa
Impossivelmente passa
Simplesmente existe e escoa em minhas mãos calejadas
As ruas que percorri,as mulheres que beijei e o seu cabelo loiro aveludado
Tudo se torna sonho,se perde feito sonho,dissipa-se como sonho
Lamento,pois nunca fora tão bela

Minha Lucy,teria sido o nosso passado tão belo?
Ou apenas o presente que é tão apático?
As vezes me custa tanto dormir
Pois temo que ambos tenham sido sinônimos
E a saudade que sinto,é apenas o desejo de acreditar que um dia tudo fora melhor
Irei eu um dia sentir falta de te esperar?

Por onde andei nos anos que perdi?
As palavras que disse eram as mesmas de outrora
Restou-me dormir o tempo todo, a vida toda
Até que o acordar também se parecesse sonho
Fui o personagem que escrevi,abandonei-me pela falta de carisma

O relógio da catedral me anuncia o fim da tarde
Lembro-me que em meu tempo
Acreditava que nunca partirias
O tempo era apenas uma ilusão
Mas ele levou-te diante de meus olhos
E se hoje o meu tempo parece eterno
O relógio não me anuncia apenas o fim da tarde
E sim a certeza da morte
Mas eu simplesmente não acredito

No jardim do outro lado da rua
Uma menininha de olhos negros brinca e sorri
Ela persegue uma libélula como se essa fosse todo o sentido da vida
Sem saber que nunca mais esse momento retornará em sua cabeça
E eu meu deus,por quanto tempo ainda manterei viva essa lembrança?

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Viernes, Diciembre 18, 2009 - 02:09

Ministério da Poesia :

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FernandaFontesArruda

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