A ruas vestem-se de vermelho

Destas ruas e becos por onde vagueio,
não há salvação nas luzes bem alto que os candeeiros de rua iluminam,
nos espaços sombras que a cidade,
cria sem preconceitos,
nem nos pequenos e insignificantes consolos que vem dos bares de esquina,
uma pequena curva leva a outra curva e
uma outra curva a um beco e
um beco a um desespero sem saída num grito humano.

Parece que tudo não tem saída,
parece que tudo deriva de um sofrimento permanente,
escondido nas fortalezas de cimento, nas portas de madeira numeradas,
nas portas fechadas do telhado que dão a Deus,
fazendo tudo para encontrar uma luz ao fundo do túnel.

Mas uma luz irradia no meio deste nevoeiro,
tão clara e pura como uma chama sagrada no meio da chuva incessante,
tem lábios da cor do meu coração e uma beleza jazziana,
mexendo-se ao som da noite,
o seu vestido vermelho -sangue evoca as paixões mais mortais e românticas que o meu coração anseia e um leve odor a fumo sai dos seus lábios como um murmúrio secreto que só dois amantes ouvem durante a lua cheia,
ela chega-se e diz olá com o seu jeito de Femme fatalle,
beija-me e eu deixo-me envolver no seu mortal perfume.