a profecia do poeta

 

 

a revelação imbuiu me os dedos
e eu ouvi a voz sair me da boca
fui me profetizando futuro
vi me nas visões terrenas duma alma

um querubim de seis asas tomou me
arrebatou me ao terceiro céu
colocou me um terceiro olho
no centro frente da fronte
minha cabeça se virou na de jano
minha língua numa língua de fogo

o ser encheu se de mim

nem êxtases nem estertores
nem profundidades nem infinitos
nem foras de mins

nem alinhamentos planetários
nem centelhas de luas vermelhas
nem cataclismos sanguinários

nem terror nem pavor
nem fomes nem pestes nem vestes rasgadas
nem calor de fogo destruidor

assim diz o amor

eu sou o senhor
quando estás dentro de mim

toma um tempo na tua mão
sete mais sete centos nos tempos que virão
e certo virá o dia no seu transcorrer
noite após noite do acontecer

não julgarás apenas verás
o meu poder sempre presente
existente no dia seguinte
de mais uma rotação
de mais uma translação
na terra do meu universo
criado em ti morrido por ti
profetizado aqui

a voz tornou me palavra
assim ela diz

escreve
assim eu fiz
 

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Martes, Febrero 8, 2011 - 02:54

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