Parecia-me que não afastavas nuvens de avelã
parecia que não chegavas
parecia que nem caramelizadas
estas rochas te acolhiam
parecia-me que não afastavas nuvens de avelãs
parecia-me que nada era doce
pareceu-me que não espreitavas
essa nesga de mar que te dava
olhos cegos de faroleiro
não te viam nesse céu de caramelo
parecia-me que não afastavas nuvens de avelãs
apurei o ouvir
ouvi o estrondo da tua doce trovoada
de olhos bem abertos
em trevas te vi
assim
provei
sombras apaladadas
feitas de quase nada
barrei rochas com espátulas adocicadas
pintei o céu com creme de manteiga
polvilhei com pós de cacau
cozinhava-te sem saber
colhi flores onde não havia quase nada
dei-te um nesga de mar
desancorei âncoras enferrujadas
pintei-te o chão de chocolate
parecia-me que não chegavas
destapei-te o sol
ali onde a terra acaba
agora
bebes sôfrego
água dum mar salgado
rebolas
sem medo
neste prado acastanhado
esmagas grãos de café
mergulhas em mim
num melaço elaborado
sem medo de cores que não sabias
chegas
saboreias-me
como rochas de caramelo
parecia-me
que não sabias afastar essas nuvens de avelãs
num outono perdido no meio de nada
parecia-me...
só me parecia...
chegas estrondoso
coberto de ti
provas e repetes
sem rodeios esse sabor
de
rochas caramelizas
juntas prados de chocolate com nuvens de avelã
cozinhas-me
desfazes-me
em banho-Maria
parecia-me que nada era doce
parecia-me ...
parecia-me que não sabias cá chegar
parecia-me...
pareceu-me que não espreitavas essa nesga de mar que te dava
destapei-te o sol
dei-te o azul que faltava
chegaste-me destrambelhado
levemente adocicado
em tons quentes de rebuçado
Teresa Maria Queiroz / 8 Dezembro 2010
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Comentarios
Parecia-me que não afastavas nuvens de avelã
Meus parabéns,
MarneDulinski