PANDORGA BRANCA
(Dedicado aos jovens e aos seus Sonhos de Paz e Liberdade...sem a influência das drogas))
Saleti Hartmann
Alguém, ao longe,
brincava
de soltar papagaios.
Meu olhar prendeu-se
naquela pandorga branca
que tremulava
ao sabor do vento.
Ah, ela fazia travessuras!
Voava de um lado
para o outro,
Queria subir,
subir mais e mais!
Era um pássaro beijando o céu
E o céu pertencia-lhe todo.
O vento a deixava ébria
de alegria!
Mas,
Quando se entusiasmava
a pequena pandorga
Pensando estar livre!
Julgando poder ficar sempre
neste voo inebriante:
- Alguém, lá embaixo,
puxava-a bruscamente:
- ela estava presa e se esquecera...
tinha de voltar.
O céu não mais lhe pertencia
E nem o vento poderia salvá-la,
levá-la para longe!
De repente, eras tu,
minha alma,
Que navegavas lá no alto
(- pandorga branca... pássaro branco - )
buscando a liberdade,
Querendo subir,
subir mais e mais!
Sim, eras tu que lá estavas,
gozando, por breves instantes,
A alegria de poder voar!
O desejo de não mais voltar:
- de seguir para o alto
- cantando, dançando, sorrindo -
esquecendo-se do frágil elo
que te liga a este corpo limitado.
Tu, que és tão sedenta de liberdade!
Tu, que tens as dimensões do Universo!
Porém,
quando estás no auge do teu voo,
uma mão invisível te recolhe
e te traz de volta a esta realidade
- que tu tens de viver
tens de sorvê-la até o seu fim
- sorriso por sorriso;
- lágrima por lágrima.
Sossega, ó alma minha,
fica junto de mim:
- Não queiras ainda outras dimensões
pois não te poderei acompanhar.
Espera junto de mim,
o dia do nosso voo,
quando ninguém nos segurará,
nem nos recolherá
e iremos com a brisa,
seguiremos os seus caminhos
e nos confundiremos com o seu sopro.
E a nossa realidade será
o Grande Universo
que tanto anseias percorrer...
Não vejo mais a pandorga branca:
Alguém a recolheu,
- como se recolhe a alma, o pensamento.
Alguém a guardou
- como se guarda um sonho secreto
que algum dia se
libertará.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2030 reads
Add comment
other contents of saletihartmann
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Saudade | NOS TEUS OLHOS, CRIANÇA... | 2 | 1.440 | 03/08/2018 - 23:55 | Portuguese | |
Poesia/Amor | MODINHA DO CORAÇÃO | 0 | 3.172 | 06/14/2017 - 03:37 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | OS CÃES LADRAM | 0 | 1.744 | 06/14/2017 - 03:35 | Portuguese | |
Prosas/Contos | CORAÇÃO DE CRIANÇA | 0 | 2.577 | 05/27/2017 - 00:55 | Portuguese | |
Prosas/Contos | ESCREVE UM LIVRO PARA MIM! | 0 | 2.695 | 05/27/2017 - 00:53 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | HOMEM x CRIANÇA | 0 | 1.530 | 04/30/2017 - 04:28 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | AMORES PARA SEMPRE | 0 | 1.248 | 04/30/2017 - 04:25 | Portuguese | |
Prosas/Otros | AMORES QUE A VIDA NOS TRAZ | 0 | 1.750 | 04/30/2017 - 04:23 | Portuguese | |
Prosas/Otros | O PROFESSOR E A SÍNDROME DE BURNOUT | 0 | 1.918 | 03/09/2017 - 02:01 | Portuguese | |
Prosas/Otros | POVOS DA CRISTANDADE: REJUBILAI-VOS... É NATAL! | 0 | 2.489 | 12/22/2016 - 03:17 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | MEU SONHO DE NATAL | 0 | 1.834 | 12/22/2016 - 03:13 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | DEIXE-ME AS ROSAS | 0 | 1.657 | 12/09/2016 - 01:11 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | UM POEMA CADA DIA | 0 | 1.391 | 10/20/2016 - 23:26 | Portuguese | |
Prosas/Otros | O QUADRO CRÍTICO DA EDUCAÇÃO | 0 | 1.833 | 10/18/2016 - 23:55 | Portuguese | |
Prosas/Otros | EDUCAÇÃO: TEMPO DE MUDANÇAS | 0 | 1.834 | 10/16/2016 - 03:28 | Portuguese | |
Prosas/Otros | A IMPORTÂNCIA E A URGÊNCIA DA EDUCAÇÃO | 0 | 2.081 | 10/16/2016 - 00:55 | Portuguese | |
Prosas/Otros | TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: PROMESSA x REALIDADE | 0 | 1.389 | 10/04/2016 - 05:22 | Portuguese | |
Prosas/Otros | EDUCAÇÃO: APOSTAR NO QUE DEU CERTO | 0 | 2.638 | 09/30/2016 - 02:18 | Portuguese | |
Prosas/Otros | A AVALIAÇÃO POR NOTAS: UM QUADRO ESTATÍSTICO DA EDUCAÇÃO | 0 | 2.823 | 09/15/2016 - 16:09 | Portuguese | |
Poesia/General | UM LUGAR CHAMADO INFÂNCIA (A BONECA) | 3 | 743 | 09/02/2016 - 13:43 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | MEU PAI | 2 | 1.648 | 08/31/2016 - 18:00 | Portuguese | |
Prosas/Otros | TRIBUTO AO SOLDADO CONHECIDO | 0 | 1.309 | 08/31/2016 - 04:20 | Portuguese | |
Prosas/Otros | DATAS COMEMORATIVAS X CONSUMISMO X CAPITALISMO | 0 | 1.186 | 08/18/2016 - 03:11 | Portuguese | |
Prosas/Otros | INFORMÁTICA: UMA LINGUAGEM INTELECTUAL | 0 | 703 | 08/10/2016 - 01:15 | Portuguese | |
Prosas/Cartas | UMA CARTA PARA MEU PAI | 0 | 2.229 | 07/13/2016 - 14:24 | Portuguese |
Comentarios
PANDORGA BRANCA
Lindo poema, gostei muito mesmo!
Lembrei-me de meus tempos de menino, quando fazia pandorgas de todas as cores,
com roncadores frontais e laterais; a sensação de soltar as pandorgas era linda, gostosa,
parece que viajava junto com elas; mas que tristeza me dava quando ela descontrolada,
ia-se embora, por ter a linha rebentada... (dizia-se foi a baía), porque este termo não sei!
Meus parabéns,
Gostei muito,
MarneDulinski
PANDORGA BRANCA
Lindo poema, gostei muito mesmo!
Lembrei-me de meus tempos de menino, quando fazia pandorgas de todas as cores,
com roncadores frontais e laterais, a sensação de soltar as pandorgas era linda, gostosa,
parece que viajava junto com elas; mas que tristeza me dava quando ela descontrolada,
ia-se embora, por ter a linha rebentada... (dizia-se foi a baía), porque este termo não sei!
Meus parabéns,
Gostei mito,
MarneDulinski