O LABIRINTO
Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.
A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.
Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).
O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.
A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.
Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.
Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.
Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.
Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.
Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.
Submited by
Ministério da Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 290 reads
other contents of joaofelintoneto
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Fantasía | ETERNA SOLIDÃO | 0 | 310 | 04/16/2011 - 18:50 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Gótico | EPITÁFIO XIV | 0 | 949 | 04/16/2011 - 18:49 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | O GRANDE DIA | 0 | 412 | 04/16/2011 - 18:48 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | UM POUCO MAIS | 0 | 229 | 04/16/2011 - 18:48 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Desilusión | À DERIVA | 0 | 255 | 04/16/2011 - 18:47 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | O LABIRINTO | 0 | 290 | 04/16/2011 - 18:46 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Gótico | SEPULTAMENTO | 0 | 997 | 04/16/2011 - 18:45 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Pasión | A MULHER DA MINHA VIDA | 0 | 338 | 04/16/2011 - 18:45 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | TORRE DE BABEL | 0 | 365 | 04/16/2011 - 18:44 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | PEDESTAL DE BARRO | 0 | 342 | 04/16/2011 - 18:42 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Dedicada | O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER | 0 | 409 | 04/16/2011 - 18:38 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Desilusión | CANTO DE SEREIA | 0 | 386 | 04/16/2011 - 18:37 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | PERSONAGENS INFANTIS | 0 | 358 | 04/16/2011 - 18:36 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Desilusión | APELO À MISÉRIA | 0 | 353 | 04/16/2011 - 18:35 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Pasión | UM AMOR | 0 | 341 | 04/16/2011 - 18:34 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | POR TRÁS DA MÁSCARA | 0 | 290 | 04/16/2011 - 18:34 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | BARRACÃO | 0 | 337 | 04/16/2011 - 18:33 | Portuguese | |
Poesia/General | gota d'água | 1 | 283 | 12/27/2009 - 03:29 | Portuguese | |
Poesia/General | poemas da obra triptico | 2 | 312 | 12/26/2009 - 04:07 | Portuguese |
Add comment