O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.
 

Submited by

Sábado, Abril 16, 2011 - 18:46

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

joaofelintoneto

Imagen de joaofelintoneto
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 11 años 29 semanas
Integró: 12/25/2009
Posts:
Points: 142

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of joaofelintoneto

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pasión UM AMOR 1 860 04/17/2011 - 00:20 Portuguese
Poesia/Archivo de textos POR TRÁS DA MÁSCARA 1 883 04/17/2011 - 00:16 Portuguese
Poesia/Desilusión APELO À MISÉRIA 3 896 04/17/2011 - 00:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General GRAMATICAL 0 834 04/16/2011 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Comedia O DIÁLOGO 0 1.252 04/16/2011 - 19:12 Portuguese
Ministério da Poesia/General O RAMO 0 718 04/16/2011 - 19:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General EM DEMASIA 0 796 04/16/2011 - 19:11 Portuguese
Ministério da Poesia/Erótico TURGESCÊNCIA 0 1.059 04/16/2011 - 19:09 Portuguese
Ministério da Poesia/General SONHOS 0 699 04/16/2011 - 19:08 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión DISLATE 0 742 04/16/2011 - 19:08 Portuguese
Ministério da Poesia/Erótico CONTRACEPTIVO 0 931 04/16/2011 - 19:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General NUMERAL UM 0 679 04/16/2011 - 19:07 Portuguese
Ministério da Poesia/Pasión SÓ EM TE AMAR 0 753 04/16/2011 - 19:06 Portuguese
Ministério da Poesia/General MOSAICO 0 735 04/16/2011 - 19:05 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicada POETAS 0 789 04/16/2011 - 19:05 Portuguese
Ministério da Poesia/Soneto SONETO DA VITRINE 0 755 04/16/2011 - 19:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General MINHA GERAÇÃO 0 768 04/16/2011 - 18:56 Portuguese
Ministério da Poesia/Pasión A FANTASIA 0 800 04/16/2011 - 18:55 Portuguese
Ministério da Poesia/General QUANDO CHORO 0 677 04/16/2011 - 18:54 Portuguese
Ministério da Poesia/General OLHOS DE AZULÃO 0 675 04/16/2011 - 18:54 Portuguese
Ministério da Poesia/Desilusión O FRACASSO 0 681 04/16/2011 - 18:53 Portuguese
Ministério da Poesia/General SE FOSSEM SÃOS 0 661 04/16/2011 - 18:53 Portuguese
Ministério da Poesia/General HOMENS DE FUMAÇA 0 690 04/16/2011 - 18:52 Portuguese
Ministério da Poesia/General FRUTO SEM CASCA 0 769 04/16/2011 - 18:51 Portuguese
Ministério da Poesia/General ESPANTALHO MORIBUNDO 0 787 04/16/2011 - 18:51 Portuguese