IMAGES WERE INTRODUCED (M.Nyman/S.Leonard)

A voz a descoberto na face do violino,
O piano emergindo o prazer do romance,
E um fundo humano, chorando
Essa essência regada, num berço dum deus
Envergonhado, rendido…..Sobretudo rendido,
Envolto nos mantos luzidios e escorreitos
Das ondas, que vibram no espírito,
E o transporta até nós, como homem.
A confissão que lhe resulta desta chama,
Desta mácula, dos homens, do seu sonho,
Da liberdade que o concede
Como filho dos astros libertadores da arte…..

Sentado, na mesa farta,
Chama os anjos do mistério!
Eles descem emaranhados e idílicos,
Numa espécie de trança que lembram
Estames que todos aspiram ao beber a flor.
A volúpia das suas exclamações,
Dos olhos atravessados na luz da voz,
Composta de emoções das cordas pungentes,
Dos dedos que vibram a alma pura do todo,
Esvaindo-se em sangue…..
O verdadeiro sangue oxigenado da vida,
Admirada no pássaro que lento e cônscio,
Mergulha num voo directo ao sol.

É então que ele exclama,
Num sorriso incandescente,
Duma melancolia soberba
E muito própria ao seu poder,
Estas palavras encerradas na liberdade do silêncio:
“- Meus filhos, sou um pai orgulhoso,
Agradecido em vós e para vós existo,
Se não que seria?”

As últimas pétalas encerram seu aroma.
O ataúde rompendo o buraco de seu sonho.
E uma mulher, outrora de beleza ímpar,
No espelho já só encontra uns restos de ossos
Que encobrem a pele.
Eu que derramo vénias aos mortos,
Que se fizeram grandes, ponho-os a um canto,
E choro com eles, o tudo ter um fim, o fim!
Há coisas lavradas na carne humana
Que se inspiram em deuses orgíacos
De palavras e sons, vibrando
A beleza egrégia das solidões divinas
De Delfos de Ur…..

E no arvoredo verdejante de brilho,
De uns contornos maquiavelicamente escuros,
Por a voz absorver e lamber toda a luz,
Rompem as grutas humanas
E acastanhadas em histéricos bafos
De arte, e silêncio sinuoso
Que arrepia o coração surpreendido!

As imagens são introduzidas…..
Mas só no espírito frenético
Destas sensações precocemente a desvairo ejaculadas!