A carta

Vai, vai passar... Tudo passa.
Motivo? Pois é...
Cada um tem os seus não é!
Não direi não diz nada...
Não dirá!
O silêncio, afinal, teu amigo
Nesta hora sim, não há de omitir-se.
Sempre fica aquela pergunta...
Sempre ficarão mágoas...
Quem te diz que te adora, te abraça
Amanhã já não mais lhe quer ver
E o silêncio que fica responde
Tudo aquilo que não vais dizer.
E as horas se passam, os dias...
Tristeza que vai...
Alegria que vem...
Tristeza que fica...
Alegria?
Quando não chorei quando partiu
No peito gelado a dor da indiferença
Nunca ninguém foi assim, que dizer?
Acabou!
Sem quê nem por que plausível...
Pois silêncio não responde nada...
Fica o não dito pelo não dito!
E assim me levas à loucura
Que já me conhece tão bem
De outros dias outras aventuras...
Outras lágrimas de desdém...
Onde te achei te perdi!
Em algum lugar dentro de mim mesmo.
Me iludiu, me enganou.
Achas que está tudo bem!
Me ignora, esquece que existo!
Assim vai ficar tudo bem.
O maior erro dos covardes
É envolver outrém em sua ilusão.
Pois pega então nesta carta...
O resto que sobrou de ti no meu coração.