FÁBULA


Colhe de mim
O que importa,
Última, a flor de solidão
Prodigiosa.
Invade as minhas terras
Como um portento,

Antes que se desfaça
A carne, palavra tenra,
Em lavas de agonia,
Em rio líquido.

Eu tento,
Olha-me de novo,
Secreto gesto.
Nas lutas inglórias
De um só corpo
Refaço o milagre
Em minha boca,
O gosto inigualável
Do desejo
Que subjaz, eterno.

Corpo, ilha e terra
À espera do oceano,
Num tempo mítico,
Futuro,
Sede interior
Das grandes águas,
Cíclicas.
E o dono do tempo,
A embalar cirandas

Cavaleiro, argonauta.
A mão solene
Cravada sobre a pele,
A recolher de mim,
Últimas vestes.

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Domingo, Enero 18, 2009 - 11:25

Poesia :

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Isabor

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Comentarios

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Re: FÁBULA

Gostei muito Sandra.

Uma fábula de Mulher.

Bjs

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Re: FÁBULA

"A lembrança da posteridade recompensa a brevidade da vida."
(Cícero)
...as palavras arrasam tudo ou, por sua vez, transmitem a doce existência da vida e da paixão. Abraços( muito bom)

Imagen de Anonymous

Re: FÁBULA

naquela solidão perfeita que só o amor sabe, chegam silvos de prata, um chamamento musical de notas suaves, aplacando diractamente no meu peito.

lindooooo!

beijo

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Re: FÁBULA

Da tua fábula advém :"O gosto inigualável Do desejo
Que subjaz, eterno."

beijo

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