DEIXO QUE O ECO EXISTA


O mar bate neste pulmão
de árvores despidas de sentido.

Folhas secas que bailam
ao sopro do vento que castiga
as pontes das minhas visões com bajulices.

Agarro-me ao despiste do verso.

Deixo que o eco exista.

Que a voz vá até à beira do vórtice
escavado em luz reticente.

O grito dá-me asas
para rastejar nas cinzas do inferno.

Deixo que as palavras bebam a água
que nasce no caminho onde o homem cresce só.

Deixo que elas atropelem o escuro.

Contas feitas,
a nudez pulsa surda em maus lençóis.

Desconfiada culpa afiada que me trespassa triste.

O corpo como terreno vazio,
cheio de medo.

Terror em riste feito de escadas
até o infinito que acaba já ali, em mim.

 

Submited by

Martes, Junio 28, 2011 - 19:30

Poesia :

Su voto: Nada (1 vote)

Henrique

Imagen de Henrique
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 10 años 9 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Henrique

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor AMAR É SER SOL E LUA 6 2.225 07/03/2009 - 05:22 Portuguese
Poesia/Desilusión CAIXÃO 7 3.674 06/18/2009 - 23:35 Portuguese
Poesia/General AJO 1 4.841 05/21/2009 - 03:23 Portuguese
Poesia/Amor QUERO 1 3.541 05/19/2009 - 15:09 Portuguese
Poesia/Meditación EU... 4 5.267 05/19/2009 - 14:24 Portuguese
Fotos/Otros O.V.N.I 6 5.272 05/18/2009 - 14:26 Portuguese
Prosas/Pensamientos ÁRIES 2 5.435 05/11/2009 - 03:56 Portuguese
Poesia/Pasión TU 1 4.058 05/11/2009 - 03:14 Portuguese
Poesia/Meditación NOITE 3 3.818 05/05/2009 - 10:28 Portuguese
Poesia/Amor QUÃO BELA É A MULHER 2 6.366 09/24/2008 - 13:04 Portuguese