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Casa

Dentro dessa malha de espinhos
Alinhavaram minhas veias entre casas,
Casas frias, casas brancas, casas que cegam.
Espinhos esses que nascem por entrelinhas
Que enlaçam corações no sentido mais cruel,
Onde sangra vida que tenta brotar
Dentro de um bordado amarrado,
Bordado remendado, costurado
Como poça de sangue que rasga
Por entre o asfalto quente...
O espinho que remenda a dor
É o mesmo que preenche a casa vazia
Às vezes de pó, às vezes de amor
Um amor sufocante que instiga ódio
Que amarra o início da linha
Que começa e dá fim na alegria
Que corre pela casa e é cortada
Pela cegonha de ouro que fura com o espinho
O dedo que volta a sangrar. E marca,
Marca, colori, pinta de cor a casa sozinha
De ilusão faminta que ânsia loucura
Por além da borda sobreposta royal ou índigo
Anulando o vermelho tradição, o vermelho traição
Que insiste em rondar por entre a malha gelo
Sem cor, sem verde, sem forma, sem linha.

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segunda-feira, abril 12, 2010 - 22:56

Ministério da Poesia :

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kathfranca

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