Mudanças na Educação. Os professores deixarão de existir?

A corrida em busca de soluções para a educação começou logo após o fim da ditadura. Nem sempre tudo que está dentro do ruim é ruim, às vezes, tendemos a reprovar normas, idéias e técnicas, na tentativa de buscar um culpado, ou apenas, para deixar claro de que se mudamos algo é porque estamos mais preparados, mais qualificados.

Meu ponto de vista, observando atentamente os caminhos que a educação tem tomado por mais de 30 anos, é que não se melhora um bolo alterando a receita a cada fornada, mas, dedicando mais atenção à receita. Se isto não for suficiente, talvez, não haja desejo pela culinária.

A busca por novidades, por novas experiências em países velhos, velhas experiências em países novos, pós, doutorado, mestrado, aperfeiçoamento, capacitação, objetivos que mudam de nome, tópicos que deixam de ter importância, discussões, jovens professores sábios, velhos professores modernos...

A incoerência leva louros à cabeças insanas. Encontrar um ponto é preciso. Um ponto para buscar equilíbrio. Um ponto para, dele, alargar, difundir acrescentar. A educação precisa de base. O "mexe mexe" nos currículos escolares deixariam o próprio Piaget, confuso. E se levássemos, realmente, a sério o legado deixado por ele, não estaríamos transformando crianças em anões, nem sequer, transformando escolas em casas da mãe Joana. Hospitais são dirigidos pelos seus diretores, assim como os museus, secretarias e outros órgãos que existem, justamente, para atender o cidadão. Mais respeito ao prédio, mais respeito aos diretores, mais respeitos aos docentes, assim como se respeitam enfermeiros e doutores. Não se chamam familiares dos enfermos para cuidarem do hospital. Imaginem o slogan:

"O hospital é da comunidade, mutirão da pintura"

Ou então, quem sabe, organizar o conselho dos enfermos para participar dos orçamentos.

Estas coisas não tornam o país evoluído e sim irresponsável. São bacias d'água para lavarem as mãos.
A saúde vai mal, obrigada, mas, não se culpam os médicos como também não se retiram deles o direito de exercer a medicina inserindo outro curso, com outro nome, substituindo a medicina atual, os obrigando a voltar a estudar, não para aperfeiçoamento, mas, para poder exercer sua profissão e nem poderiam; a saúde vai mal pelo pouco caso dos governantes. Imaginem:

_ Atenção doutores, seus diplomas valem apenas para analisar e organizar fichas hospitalares. A partir desta data, será implantado um novo curso chamado super medicina. Basta voltarem aos bancos da faculdade. É simples! Podem rasgar seus diplomas, eles não serão mais aceitos.

Mas, cabeça de professor é penico de político!

Voltando ao primeiro parágrafo, nem sempre o que está dentro do ruim é ruim. Não há como negar que o ensino de 1ª à 4ª série, antigo primário e 5ª à 8ª, antigo ginásio, preparavam muito bem para o científico, hoje 2º grau. O científico dava estrutura para o vestibular, função que cabe hoje ao 2º grau, precariamente. O vestibular tinha como base o científico ou curso técnico e ninguém saía da faculdade falando dizesseis e muito menos, ixpiriência. É, estão modernizando a pronúncia. Não me venham dizer, os que não viram, mas tudo sabem, que os tempos é que mudaram, pois, o ensino é que mudou e mudou e mudou... E tantas mudanças destruíram o próprio ensino.
Desenhar um ponto, apagar, desenhá-lo rosado, apagar, azul e apagar; jamais este ponto se tornará um desenho. Firmar uma linha para o desenvolvimento infanto-juvenil é preciso. Não podemos permitir que cada turma que sai de um ano letivo tenha sido mais um fruto da experiência do ano anterior. Novo ano, novas metas, novas normas, novos cursos, novos nomes, novas expectativas, velhos problemas.

Equilíbrio dentro da educação, urgente. Mais preparo aos professores, significa que devem ser formados desde as primeiras séries. Não formamos bons professores em quatro anos, isto todos sabem, mas, alheios a isso, passam com um trator por cima de diplomas, os considerando ultrapassados. Novos cursos e pós etc., na tentativa de melhorar ou colar os cacos; pois não haverá sucesso. Bons professores se formam desde o início. Assim era o Normal Colegial que, paralelo ao Científico, reinava. Reinavam ambos, pois, alunos bem preparados desde as primeiras séries, bastando apenas desenvolver o lado profissional. A base era sólida. Aperfeiçoar não significa espalhar com o pé o que outros prepararam com as mãos. Não é desconsiderar direitos adquiridos, diplomas registrados e depois pisoteados pelos próprios que os carimbaram

Não se fala em rasgar o diploma do médico, se oferece curso de atualização, aperfeiçoamento...
Hoje, já dentro da faculdade, alunos estão correndo atrás da gramática, da literatura, da tabuada... Tabuada, a boa e velha tabuada. Que saudades da professorinha... Acadêmicos que mal sabem se expressar. A falência gramatical e literária é assustadora, mas, aprenderam desde os primeiros anos uma segunda língua, bravo! Estudam, debatem e defendem teses e textos que são abusivamente cobrados. Alunos querendo aprender, professores querendo ensinar. O que falta então?

Ora, a essência está perdida. Eles querem, esperam, precisam, mas, a educação muda e muda e muda, de preferência, sempre com um nome novo. Magistério encolheu, pedagogia recuou e, agora, mais uma novidade lançada no mercado: ainda estão escolhendo um nome moderno... Mudar o nome da coisa a deixa moderna! Cada ano uma experiência. Muitos querem deixar seus nomes na história transformando a educação brasileira, porém, serão lembrados, no futuro, como "os insanos que pensavam que eram sábios".