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ULISSES de JAMES JOYCE

Vais ler Ulisses? Cuidado, não vá com muita sede ao pote, esta é uma obra extensa, difícil e complicada, porém inovadora e excitante para os que gostam. Um aviso! Não comece pensando que vai entender tudo de início, a leitura deve ser feita com o fluxo mental utilizado pelo próprio autor para escrevê-la, ou seja, deixe ser levado, sem grandes preocupações no entendimento, pelo menos na primeira leitura, pois este é um livro que não deve ser lido somente uma vez. Tal obra é de grande importância para quem gosta de escrever, principalmente poesia e até para quem dirige filmes, e, é lógico, para quem gosta de apreciar um bom livro já que esta obra é muito inovadora, criativa e louca. Joice cria palavras, fundi-as, joga com as letras e com o contexto normal delas, interpõe outras línguas, e, em algumas partes, deixa de lado pontuações, inventa e reinventa novas estéticas e significâncias, principalmente nas imagens e expressões, sendo que, tem momento em que ele dispensa de forma estranha qualquer tipo de narrativa. Sua obra é tão rica que uma vez o próprio Joice havia dito que se a guerra destruísse Dublin, com seu livro poderia reconstruí-la de forma idêntica, isto é, ele coloca com precisão todos os lugares, ruas, avenidas, casas, bibliotecas, bordéis...

É interessante ter alguma bagagem literária, tais como, a própria biografia do autor, O Retrato do Artista Quando Jovem (J. Joice), A Odisséia (Homero), as obras de Shakespeare, principalmente (Hamlet), A Divina Comédia (Dante Alighieri), Dublinenses (J. Joice) e Finnegans Wake (J. Joice).

Para se ter uma ideia, Ulisses que é o mesmo que Odisseu, o herói grego de Homero em A Odisséia, inicia-se com a saída do doutor Bloom (Odisseu e protagonista) para ir a um enterro e paralelamente surge Sthefen (que seria o Telemaco em A Odisséia, filho de Odisseu) na história, personagem que na primeira parte do livro é muito falado até o enterro. Sthefen é acusado por ter causado a morte da própria mãe no momento em que ela pede para ele ajoelhar-se e rezar por ela, que estava muito doente e de cama, Sthefen não ajoelhou e nem rezou e sua mãe veio a falecer. Na segunda parte a narrativa muda e aí aparece Dedalus, neste trecho pode se perder na leitura, já que Joice passa a narrar Sthefen pelo sobrenome, Dedalus, temos que deixar claro que Sthefen e Dedalus são a mesma pessoa, Sthefen Dedalus, nesta parte fica difícil perceber porque o autor muda a narrativa. O cenário do enterro aparece, páginas e mais páginas sobre o mesmo cujo fato marcante é quando o esquife tomba e o defunto sai rolando pela rua. O impressionante é que o espírito do defunto depois de muitas páginas de leitura reencarna para ajudar Leopold Bloom, e, a mãe de Sthefen aparece para ele, acusando-o por sua morte e o mesmo briga feio com a alma da mãe (Sthefen é aparentemente ateu, cético).

Quem leu Ulisses pensa que se passaram anos e mais anos até o desfecho, mas não, aí que está o grande fetiche deste livro, já que estudiosos de sua obra alegam que o tempo todo do trâmite, não passa de 24 horas. Leopold Bloom depois do enterro caminha por vários lugares, bibliotecas, bares, bordéis, o jornal, encontra Sthefen e volta para casa... Aí é que está o fato dos mortos incomodarem e ajudarem os vivos... A sensação de décadas não passa de pensamentos, de culpa, de arrependimento, da sede pela juventude, da lembrança, da saudade, da situação contrária como a mudança do passado... Joice transmite para o leitor questões existenciais de cada personagem, uma luta interna na batalha da memória, aonde mundos infinitos vem à tona.

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sexta-feira, novembro 27, 2009 - 00:22

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