CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
APÓLOGOS XX
20
O tigre e a doninha
Pezou sempre o beneficio
Porque a vaidade offendeu,
Principalmente se um grande
De um pequeno o recebeu.
Lembra-me agora uma historia
Succedida entre animaes,
Uma historia, que se applica
Bellamente aos racionaes:
Ia um tigre muito ufano,
Fiado na garra, e preza,
Crendo que a tudo excedia
No reino da natureza.
D'esta idéa hallucinado
Incauta planta foi pôr
Em perfida rêde armada
Por experto caçador.
Preso, lucta sem proveito,
Tenta em vão desenlear-se,
Lida, revolve-se o bruto,
E o que faz é apertar-se.
Estancando-se-lhe as forças,
Perdida emfim a esp'rança,
Céssa, e do peito raivoso
Horrendos bramidos lança.
Ao tempo que elle arquejava,
Por aquelle sitio vinha
Demandando agrestes fructos
A leve, experta doninha.
Extremece, ouvindo o monstro
Envolto na rêde urrar;
Foge, porém curiosa
Põe-se de longe a olhar.
O tigre, que a vê, que sabe
Quanto é versada em roer,
Despe a soberba, e lhe roga
Que o venha ali soccorrer.
Tanto adoça o tom pezado
Da rude, extrondosa voz,
Que segura a desprendel-o
Parte a doninha veloz.
Affinca o subtil dentinho
No tenaz, urdido laço;
Roe aqui, roe acolá,
E o desfaz em breve espaço.
Livre das prisões apenas
A fera ingrata, e medonha,
Do que deve ao pequenino
Fraco animal se envergonha:
E acceza em feroz orgulho,
Carregando-se na fronte
(Com receio de que a triste
O caso nas selvas conte)
Deita-lhe a garra damnosa,
A debil vida lhe extráe. . .
Ninguem acuda ao malvado,
Se no precipicio cáe.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1526 leituras
other contents of Bocage
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS V | 0 | 851 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS VI | 0 | 1.410 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS VII | 0 | 1.631 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS VIII | 0 | 1.060 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS X | 0 | 1.486 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS XI | 0 | 907 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS XII | 0 | 1.096 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS XIII | 0 | 916 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS XIV | 0 | 1.490 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS XV | 0 | 1.153 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS LVI | 0 | 827 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS LVII | 0 | 1.020 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS LVIII | 0 | 916 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS I | 0 | 723 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | APÓLOGOS II | 0 | 966 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLIII | 0 | 1.301 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLIV | 0 | 1.099 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLV | 0 | 1.016 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLVI | 0 | 611 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLVII | 0 | 928 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLVIII | 0 | 1.041 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS XLIX | 0 | 1.144 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS L | 0 | 1.703 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS LI | 0 | 1.202 | 11/19/2010 - 15:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | GLOSAS LII | 0 | 856 | 11/19/2010 - 15:55 | Português |
Add comment