CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

APÓLOGOS XXVIII

28

O rouxinol, o cuco e o burro

Um cuco e um rouxinol
Tiveram grave disputa
Sobre quem melhor cantava,
Qual tinha voz mais arguta.

Junto das aves o bando,
Todas ellas mui picadas,
Fizeram que se calasse
O basofio com risadas.

Elle, pois, injuriado
«Apostem (diz) ou se calem;
E para se convencerem
Ambos ouçam, logo fallem.»

O partido era prudente,
E conforme á sã razão;
Nenhum outro poderia
Melhor solver a questão.

Um juiz foi necessario
A pró de todos eleito;
Entre os burros vão buscal-o,
Dos burros o mais perfeito.

Obteve o cantor dos bosques
No cantar a primazia,
E soltando a voz do peito
Mil requebros repetia.

Depois que atroou os ares
Alumno digno de Orphêo,
Parou, e logo o logar
Ao seu contrario cedeu.

Começa o cuco a cantar
Seu «cuco» que mais não diz,
Esp'rando por fim a palma
Alcançar do seu juiz.

Feita a prova, o burro então
Esta sentença profere:
«E' melhor cantar o cuco,
A philomela prefere.»

Da fabula o documento
Mostra bem que as decisões
Quasi sempre assim são dadas
Por juristas asneirões.

Submited by

domingo, outubro 11, 2009 - 17:01

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

imagem de Bocage
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 14 anos 1 semana
Membro desde: 10/12/2008
Conteúdos:
Pontos: 1162

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Bocage

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS V 0 823 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS VI 0 1.387 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS VII 0 1.503 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS VIII 0 1.025 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS X 0 1.434 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS XI 0 805 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS XII 0 1.052 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS XIII 0 881 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS XIV 0 1.421 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS XV 0 1.135 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS LVI 0 720 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS LVII 0 1.016 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS LVIII 0 880 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS I 0 703 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral APÓLOGOS II 0 923 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLIII 0 1.241 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLIV 0 1.055 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLV 0 951 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLVI 0 539 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLVII 0 732 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLVIII 0 972 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS XLIX 0 1.111 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS L 0 1.631 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS LI 0 1.061 11/19/2010 - 15:55 Português
Poesia Consagrada/Geral GLOSAS LII 0 726 11/19/2010 - 15:55 Português