CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Evolução

Evolução

Arde o corpo do sol, brotam feixes de luz:
O que é a luz?
Sol que morreu.

Dardeja a luz, dardeja e pulveriza a fraga:
Vai nesse pó, que há-de ser terra,
A luz extinta.

Gerou a terra a seara verde:
Hastes e folhas da seara verde
Comeram terra.

A seara é grada, o trigo é loiro:
Deu trigo loiro,
Morrendo ela.

O trigo é pão, é carne e é sangue:
Sangue vermelho, carne vermelha,
Trigo defunto.

Em carne e em sangue, eis o desejo:
Vive o desejo,
De carne morta.

Arde o desejo, eis o pecado:
Que são pecados?
Desejos mortos.

Queima o pecado o pecador:
Nasceu a dor; findou na dor
Pecado e morte.

A alma branca, iluminada,
Transfigurada pela dor,
Essa não vai à sepultura
Porque é já Deus na criatura,
Porque é o Espírito, é o Amor.

Na vida vã da terra sepulcral
Só o amor é infinito e só ele é imortal.

Morreu a luz, pulverizando a fraga,
Morreu a poeira, alimentando a seara;
Morreu a seara, que gerou o trigo;
Morreu o trigo, que deu vida à carne;
Morreu a carne, que nutriu desejo;
Morreu desejo, que se fez pecado;
Morreu pecado, que floriu em dor;
Morreu a dor, para nascer o Amor!

E só o Amor na vida sepulcral
É infinito e é imortal!

Guerra Junqueiro

Submited by

terça-feira, abril 7, 2009 - 23:00

Poesia Consagrada :

No votes yet

GuerraJunqueiro

imagem de GuerraJunqueiro
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 14 anos 23 semanas
Membro desde: 04/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 117

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of GuerraJunqueiro

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/ - Guerra Junqueiro 0 1.241 11/24/2010 - 00:37 Português
Poesia Consagrada/Geral Fiel 0 918 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Como se faz um Monstro 0 1.171 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Aos Simples 0 938 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Parasitas 0 1.044 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O Papão 0 822 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Canção Perdida 0 982 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Moleirinha 0 1.512 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Dedicado Oração ao pão 0 973 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O dinheiro de São Pedro 0 813 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Calembur 0 1.347 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Em Viagem 0 799 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Carta a F. 0 930 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Adoração 0 868 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Portugal 0 878 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Regresso ao Lar 0 806 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Benção da Locomotiva 0 1.175 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Fome no Ceará 0 859 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Lágrima 0 943 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Apelo 0 810 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral A Torre de Babel ou a porra do Soriano 0 928 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Amor Baptismo de Amor 0 1.699 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Aforismo Quando a alma... 0 1.208 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral O Melro 0 895 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral Vendo-a Sorrir 0 981 11/19/2010 - 16:49 Português