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A Jóia - Ato Primeiro - Cena II
Cena II
Valentina, só
o tempo emprega bem mal,
(Abrindo o envelope que O Sujeito lhe tem deixado nas mãos.)
Sim senhor, foi liberal.
Quanta generosidade!...
(Erguendo-se, e como que dirigindo-se aO Sujeito que acaba de sair.)
Bem! cá fica arquivado
no livro dos preciosos... (Tirando três cédulas do envelope.)
Que três bilhetes formosos!
Fazem-lhe falta... Coitado...
Sei de dois credores seus
que a porta não lhe abandonam,
e sei também que tencionam
mandar citá-lo... (Outro tom.) Ora, adeus!
Deixemos estas lembranças...
Fechemos a porta à chave...
(Vai fechar a porta da esquerda, segundo plano, e voltando à cena, vai abrir uma das gavetas da secretária.)
E, nesta solidão suave,
vamos tratar de finanças.
Esta semana rendeu!
A receita, com certeza,
cento por cento a despesa
nestes dias excedeu.
(Senta-se à secretária, donde tira um monte de notas de banco, que põe-se a contar.)
Dez, vinte, trinta, quarenta,
cento e quarenta, duzentos,
trezentos, e quatrocentos,
quinhentos e cinqüenta,
seiscentos... - Que nota antiga!
Não estará recolhida? (Guarda pressurosa o dinheiro, por ouvir bater à porta.)
Quem está aí?
Gustavo (Fora.) - Sou eu, querida!
Valentina (Erguendo-se.) - Gustavo?
Gustavo (Fora.) - Sim, minha amiga.
(Valentina vai abrir a porta a Gustavo, que entra.)
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