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Nova Viagem à Lua - Ato Primeiro - Cena II

Cena II

Machadinho, Augusto e Silva

Machadinho - Sentemo-nos. (Senta-se.)

Silva - Bem lembrado. (Senta-se.)

Augusto - Vá lá. (Senta-se.)

Machadinho (Bifurcado na cadeira.) - Então? O que lhes dizia eu? Que se não haviam de arrepender. E arrependeram-se? Isto é que é vida!

Augusto - Até agora não temos razão de queixa.

Silva - Temos sido muito obsequiados.

Augusto - E tratados a vela de libra!

Silva - Assim eu era capaz de passar um ano em férias!

Machadinho - E eu um século.

Augusto - E eu abandonava o escritório do patrão por uma eternidade! - Mas, digam-me cá, rapazes! (Aproximam-se as cadeiras.) O Luís não lhes parece que anda meio assim?...

Machadinho - Espera. (Ergue-se e vai certificar-se que estão bem sós.) O Luís é uma pérola, não é?

Augusto - Ninguém diz o contrário.

Machadinho- Mas acerca disto, (Bate na cabeça.) coitado...

Silva - Ninguém diz o contrário.

Machadinho- O Luís anda apaixonado...

Augusto e Silva - Hein?...

Machadinho - Vocês conhecem a Zizinha?

Silva - A polca?

Machadinho - Que polca! A polca não se chama Zizinha... - Ó Silva, refiro-me àquela nossa vizinha, filha do Santos, empregado no Tesouro!

Silva - Ahn...

Augusto - O pai conheço eu, mas não tenho relações com a família.

Machadinho - Pois a Zizinha está prometida ao Luís com uma condição: o velho Santos só lhe concede a mão da filha, se o Luís fizer com que o pai vá a corte.

Augusto - Homessa!

Silva - Nada mais fácil.

Machadinho - Isso é o que te parece. O velho Arruda, pai de Luís, foi condiscípulo do velho Santos, pai de Zizinha, quando estudantes no Seminário; como eram muito teimosos, um belo dia brigaram por via da batina do reitor.

Augusto - Ora esta!

Machadinho - Da batina, sim! Um dizia que era de merino e outro que de cetim!

Silva - Ah! Ah! Ah! De forma que...

Augusto - Ficaram mal... Ah! Ah! Ah!...

Machadinho - Exatamente. O velho Arruda (seja dito de passagem aqui entre nós, que ninguém nos ouve)... (Certificando-se de novo que estão bem sós.) O velho Arruda anda de dois pés com licença da Câmara.

Silva (Com o mesmo jogo de cena.) - É tapado como uma ostra...

Augusto (No mesmo) - Como duas ostras.

Machadinho - Retirou-se cá para a fazenda e embirrou em não voltar à corte enquanto o seu antigo condiscípulo se achasse lá. Turrão como ele só!...

Silva - Mas, afinal de contas, de que era a batina?

Machadinho - As partes litigantes não chegaram a um acordo. (Aparece Luís.)

Augusto - E quem te contou essa história? O Luís?

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quinta-feira, abril 16, 2009 - 00:00

Poesia Consagrada :

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ArturdeAzevedo

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