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Nova Viagem à Lua - Ato Primeiro - Cena V
Cena V
Machadinho, Augusto, Silva e Augusto
Luís - O que estás fazendo?
Machadinho - O que estou fazendo? Estou a arranjar meios e modos de levar teu pai à corte.
Luís - Como assim?
Machadinho - Não temos aqui fundição nem operários; é preciso irmos à corte para arranjar o foguete.
Luís - Estás a ler; não conheces papai. Ele é capaz de estabelecer uma fundição na fazenda e mandar vir operários da Inglaterra.
Machadinho - Mas a ascensão não pode ser feita senão do Corcovado! Far-se-á tudo como se fora real, à exceção da despesa. Não tocaremos no dinheiro do teu papai. (A Augusto.) Ó Augusto, tu ainda és o presidente dos Netos da Lua?
Augusto - À falta de homens...
Machadinho - Eu pertenço à sociedade, mas não sei a quantas anda.
Augusto - Com que então é preciso meter na dança uma sociedade carnavalesca?
Machadinho - Ouve, e cala-te: Oficia daqui à Sociedade, e diz-lhe que tens um carro de idéia.
Silva- Um carro de idéia? Ah! é a gíria...
Machadinho - Dou-te uma idéia do carro: leva dentro o foguete que há de ser de papelão e prateado ou bronzeado, e de acordo com o desenho do nosso Arruda. O resto fica por minha conta. (A Luís, que pensa.) Compreendes?
Luís (Pensando.) - Começo a compreender... (Pausa.) Compreendo! Ó Machadinho, ó Augusto, ó Silva, dêem-me as suas mãos. (Aperta-lhes as mãos.) Pobre Zizinha, como vais ser feliz!
Romanza
Dona do afeto meu,
esplêndida Zizinha,
em breve serei teu,
em breve serás minha!
Hei de levar papai
de teu pai à presença...
Oh! que ventura imensa!
Amor c’roar-nos vai!
Ligar à tua a minha sorte
é quanto almejo,
quanto desejo.
Papai, papai, irás à corte!
Tu não calculas, não,
Sinhá, quanto te adoro!
Se cerca-me a solidão
vens-me à lembrança e choro...
Ai! quem me dera estar
já, entre os teus carinhos,
os cândidos filhinhos
nas pernas a embalar.
Ligar à tua a minha sorte
é quanto almejo,
quanto desejo.
(Durante esta romanza os outros rapazes têm feito grupo à parte e conversam entre si.)
Augusto - É bonito, mas é triste...
Machadinho (A Luís.) Toma vergonha, comporta-te, meu simplório; não chores! Lembra-te que és quase um senhor bacharel em Matemáticas pela antiga Central! (Declamando com ênfase.) Um das colunas que... (Outro tom.) Não chores, ó Arruda Júnior. (Luís ri-se.) Ora graças a Deus que já te ris.
Luís - Confio muito em você, Machadinho, mas, quando me lembro que papai é tão teimoso, receio ver por terra os teus projetos. E o velho Santos é outro! Se não levo papai à corte, pega fogo na canjica.
Machadinho (Batendo-lhe de leve rosto, como se costuma fazer às crianças.) - Coitadinho do Lulu! Deixa estar, deixa estar, meu benzinho, que papai há de ir, e em nossa companhia.
Silva - Já falaste ao velho sobre esse casamento?
Luís - Já, e está por tudo!
Machadinho - Então melhor! Viva Deus! Está tudo arranjado!
Polca cantada
Polca
I
Ser minha
Juraste...
Faltaste,
Zizinha.
A jura!
Mentida,
Perjura,
Fingida!
II
Não cresta
Essa face...
Na festa
Valsaste!
Dançando
Qual fada,
Girando
Enlevada!
III
Eu vi-te
Passar.
E o par
Te cingia!
Teu rosto
Formoso
De gozo
Sorria.
IV
Eu triste
Calado,
Ralado,
De dor!
Que bem
Te importavas,
Valsavas
Ó flor!
V
E fraco
Sozinho
Mesquinho,
Chorei!
Dizia
Meu pranto
O quanto
Te amei.
VI
Assim
Como a rosa
Formosa
Definha...
Pra mim
Feneceste,
Morreste,
Zizinha!...
Augusto - Bem, vamos mudar de fato. As Moças não devem tardar.
Todos - Vamos.
Luís - Esperem...
Repetição
Ligar à tua a minha sorte,
é quanto almejo,
quanto desejo!
Papai, papai, irás à corte!
Todos - Papai, papai, irás à corte. (Saem.)
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