CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O Canto do Índio
Quando o sol vai dentro d'água
Seus ardores sepultar,
Quando os pássaros nos bosques
Principiam a trinar;
Eu a vi, que se banhava...
Era bela, ó Deuses, bela,
Como a fonte cristalina,
Como luz de meiga estrela.
Ó Virgem, Virgem dos Cristãos formosa,
Porque eu te visse assim, como te via,
Calcara agros espinhos sem queixar-me,
Que antes me dera por feliz de ver-te.
O tacape fatal em terra estranha
Sobre mim sem temor veria erguido;
Dessem-me a mim somente ver teu rosto
Nas águas, como a lua, retratado.
Eis que os seus loiros cabelos
Pelas águas se espalhavam,
Pelas águas, que de vê-los
Tão loiros se enamoravam.
Ela erguia o colo ebúrneo,
Por que melhor os colhesse;
Níveo colo, quem te visse,
Que de amores não morresse!
Passara a vida inteira a contemplar-te,
Ó Virgem, loira Virgem tão formosa,
Sem que dos meus irmãos ouvisse o canto,
Sem que o som do Boré que incita à guerra
Me infiltrasse o valor que m'hás roubado,
Ó Virgem, loira Virgem tão formosa.
As vezes, quando um sorriso
Os lábios seus entreabria,
Era bela, oh! mais que a aurora
Quando a raiar principia.
Outra vez - dentre os seus lábios
Uma voz se desprendia;
Terna voz, cheia de encantos,
Que eu entender não podia.
Que importa? Esse falar deixou-me n'alma
Sentir d'amores tão sereno e fundo,
Que a vida me prendeu, vontade e força
Ah! que não queiras tu viver comigo,
Ó Virgem dos Cristãos, Virgem formosa!
Sobre a areia, já mais tarde,
Ela surgiu toda nua;
Onde há, ó Virgem, na terra
Formosura como a tua!?
Bem como gotas de orvalho
Nas folhas de flor mimosa,
Do seu corpo a onda em fios
Se deslizava amorosa.
Ah! que não queiras tu vir ser rainha
Aqui dos meus irmãos, qual sou rei deles!
Escuta, ó Virgem dos Cristãos formosa.
Odeio tanto aos teus, como te adoro;
Mas queiras tu ser minha, que eu prometo
Vencer por teu amor meu ódio antigo,
Trocar a maça do poder por ferros
E ser, por te gozar, escravo deles.
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 610 leituras
other contents of AntonioGoncalvesDias
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | O Romper d'Alva | 0 | 513 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Tarde | 0 | 487 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Templo | 0 | 532 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Te deum | 0 | 494 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Adeus | 0 | 1.659 | 11/19/2010 - 16:54 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | Ao Dr. João Duarte Lisboa Serra | 0 | 1.454 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Desterro de um Pobre Velho | 0 | 490 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Orgulhoso | 0 | 546 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | O Cometa | 0 | 1.238 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Oiro | 0 | 467 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Dedicado | A um Menino | 0 | 1.424 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Miserrimus | 0 | 398 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Pirata | 0 | 623 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Recordação | 0 | 738 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Tristeza | Tristeza | 0 | 2.058 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Trovador | 0 | 475 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Amor! delírio - engano | 0 | 526 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Delírio | 0 | 464 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Epicédio | 0 | 490 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Sofrimento | 0 | 558 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Visões | 0 | 545 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O Vate | 0 | 551 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | À Morte Prematura | 0 | 573 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Mendiga | 0 | 439 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | A Escrava | 0 | 560 | 11/19/2010 - 16:53 | Português |
Add comment