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A casa das coisas.
A causa das coisas não é a coroa da cabeça
Onde moram e alinham, mas com quem as ama
E se casam, o que nos custa, quando a cava aorta,
As solta pra causas maiores, doutros ou doutrem,
Não admira chamar-se de milagre ao multiplicar
Da transfiguração de ideias em cubos, arestas cores,
Não sendo, nem vale a pena pensar nelas, pois
Se sê-lo, é um círculo, uma ciranda redonda,
Sem pedra, a causa das coisas, até da erva,
E de quem a ama como ideia, não como dogmas,
Sensuais e metamórficos são, quanto mais
Daquelas que se dão corda e vão, paralelas
Da nossa cabeça, pra outra e outra cabeça cava,
Saltitando feitas piões, desses de rolar, barulhentos,
Eternos, mas terrenos, como nós-outros, somos
A soma de dois, o que nos faz humanos imperfeitos,
A causa das coisas não é a cova da cabeça,
Como alguns alvitram e outros aventam,
Apertando os estômagos e os capachinhos escalpes
Ao olharem pra mim de lunetas, sorriem crédulos
Foi esse sorriso que me tocou e eu pensei
Ser da alma das coisas o toque que me tocou,
Tão leve quanto breve, leve ficou o meu pensar
Do facto de haver coisas que em mim se julgam,
Sem em mim estar, mas serem da casa das coisas.
Joel Matos (02/2014)
http://joel-matos.blogspot.com
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