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A essência do uso é o abuso,
A essência do uso é o abuso,
O atributo é insignificante, real
É a ideia e o curso dos meus
Sonhos, não a utilidade nem “o ser”,
Sabendo que tenho um fim,
Não preciso dum profundo
Propósito, sou céptico, no fundo
Um descrente d’tudo, onde
Tod’agente outra m’acontece
Com espontaneidade, se digo
Que fui então eu sou sem
Dúvida quem o outro já foi,
Sou naturalmente Íntimo e
Próximo d’quem me confesso,
Um desconfigurado original,
Ouso dizer coisas sem fim
Nem meio, sem jugular
Nem conteúdo inédito,chato
Monocordo até no pensar,
Acordo com a sensação
De continuar dormindo
E quando durmo tod’uma
Nação me pertence, assim
Pudesse olhar-me d’frente
Eu, sonho esquecido entre
Mim e eu, verdade falsa
Aquela em que toco e olho
P’la minh’alma sem vigia,
Pensando ver um mar a sério,
Mar sem fundo nem margens,
Minha realidade é ar, não
Dest’mas d’outro esquecido
Reino sem rei, reinado, amantes
Submissas mas sem vassalagem.
Assim me foi proposto, minha
Coroa, meu Ceptro que não uso
Por fidelidade a um outro
Monarca e Rei deposto
Sen’glória, cuja sombra s/historia
É sem dúvida a minha,
Me espezinha, me retalha
Na cara, nos braços pernas
Corpo e flancos.
Jorge Santos( 21 Novembro 2023)
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A essência do uso é o
A essência do uso é o abuso,
O atributo é insignificante, real
É a ideia e o curso dos meus
Sonhos, não a utilidade nem “o ser”,