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LEGADO À POSTERIDADE
Desde que decidi publicar meus escritos,
Tenho vivido alguns conflitos:
Que me leva a publicá-los, de verdade?
Contribuição para com a humanidade?
Legar algo à posteridade?
Não tenho tamanha prepotência.
Tudo bem, não nego: também tenho as fraquezas do ego.
No entanto, meu livrinho não é para tanto.
Talvez seja que dos amigos sofri influência,
Também sou passível a tal dependência.
No ato da produção, não penso em agradar ou não.
Apenas transborda do que está cheio o coração
Ou decodifica-se o que vêem os olhos e entende a razão.
Não me preocupo com rima nem penso em obra- prima.
Não sei o que me leva a expor minha obra.
Mas para tudo há de haver um motivo?
E, se houver, tenho de torná-lo ostensivo?
O certo é que, essa decisão, trouxe-me uma preocupação,
Nada a ver com meu estilo, se vão falar isto ou aquilo;
É que meus poemas são como O Retrato de Dorian Gray:
“Coloquei neles muito de mim mesmo”
E porque, enquanto Dorian fenecia,
Antes do pacto macabro,
No Retrato, a juventude permanecia;
Então, por vaidade, ele vende a alma ao diabo.
Por mim, enquanto vou indo à deriva,
Meus poemas vão tendo uma melhora progressiva:
Eles são, de minh’alma, a essência;
Então, que importa se meu corpo sofre a fatal decadência?
Mas,expor-me à apreciação geral:
Vale a pena? Se tornar alguma Vida mais amena!
Esperemos o resultado final,
Que, talvez, não chegará antes do Juízo Final.
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Ministério da Poesia :
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