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Abandona-se o meu ser…
Abandona-se o meu ser:
Só estou
Só me vejo mas rodeada de gente
De gente que nada sente
Que não vê o que eu vejo
O ser que em mim habita
Na luz sempre ressuscita
Como um espírito sem temor
A alma condói-se e reclama
As lágrimas dela que sangra
O passado que não passou
Passa agora na memória
Chorando, a saudade ficou
O belo dia de criança
Criança que já não sou…
Aprendi a conjugar
O verbo de sempre amar
Retomei o meu sentir
Ao vê-lo alterar
Para o permanente não gostar
Hoje sei que ser feliz
Não pode pedir-se a ninguém
Pois quem sempre feliz se diz
Felicidade não tem
O amor por mim passou
Abandonou-me e partiu
Se sou hoje como sou
É porque a alma se feriu
Não choro, não caio, descanso…
E volto a ser criança
Neste belo amanhecer
Novo vento me invade
Novo alento me vem trazer
Envolta neste tormento
Não oiço o que me quer dizer
Por dentro pedra me tornei
Por fora me brilham safiras
Os olhos lançam sorrisos
E os lábios suspiram desejos
Passa a brisa, leve e solta
Que a alma a ser quente volta
E o meu ser a mim se une
Num laço mais forte que a morte…
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Comentários
Abandona-se o meu ser…
Passa a brisa, leve e solta
Que a alma a ser quente volta
E o meu ser a mim se une
Num laço mais forte que a morte…
Meus parabéns, lindo texto, onde destaco os versos finais!
MarneDulinski