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AI MINHA CONSCIÊNCIA!
AI MINHA CONSCIÊNCIA
Ai minha consciência,
Estou a perder a paciência.
Faz alguma coisa por mim,
Pois não sei porque estou assim.
Diz – me o que devo fazer,
Para o que me está a acontecer.
Mas, porque é que te acontece?
Para me pedires esta benesse?
Olha, não sei o que sinto,
Não sei se digo a verdade ou se minto.
Então, diz me lá a verdade,
Sem haver nenhuma veleidade.
Olha, eu quero ser outra vez menino,
Pois tenho saudades de ser pequenino.
Mas, tu não dizias que não querias?
Porquê agora, essas tontarias?
Pois é minha consciência,
Eu quero a tua complacência.
Estou cansado de ser velho,
Quero outra vez ser fedelho.
Então a fome queres outra vez passar,
E no colo da tua mãe com ela chorar?
Eu quero as minhas brincadeiras,
E comprar os meus brinquedos nas feiras.
Então, não és feliz como estás?
A viver com uma família de paz?
Claro que, sou muito feliz agora,
Então por que queres voltar a outrora.
Não sei o que me aconteceu,
Com esta vontade que me deu,
De sentir outra vez ser criança,
E já não ser possível esta esperança.
Olha, tira isso da tua cabeça,
Voltar a seres pobre, não é bom que aconteça.
Vive e segura tudo aquilo que conseguiste
E, deixa o pensamento passado, já nada existe.
Eu gosto muito da vida que tenho.
E dar graças ao teu empenho,
De ter uma consciência muito amiga,
Pois sem ti não há nada que consiga.
Voltar a trás eu jamais quero,
Era mau demais, eu considero.
Quero ser velho, ser feliz e viver em paz,
Com aquilo que, obtive e fui capaz.
2007- Estêvão
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