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ANJO DA MORTE
Que nos sonhos a morte me adormeça.
E do corpo, a dor que padece,
Quando em prantos o olhar desfalece,
Seja o éter que me entorpeça.
Os sonhos que não amei,
Nos braços da escuridão,
São símbolos da ilusão,
Que na vida eu plantei.
Sejam anjos do firmamento,
Os meus suplícios atendidos,
Quais fulgores estendidos,
Do empíreo ao desalento.
E neste sonho eu hei de ter,
A sombra veloz de capote,
O anjo negro de archote,
Pro sonho da vida morrer.
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segunda-feira, janeiro 18, 2010 - 11:19
Poesia :
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Betofelix
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Comentários
Re: ANJO DA MORTE
Tudo o que a vida nos ensina,
é das verdades mais verdadeiras.
É mágico escrever essa aprendizagem,
fica até a sensação que aprendemos
um pouco mais só por o ter escrito…
:-)
Re: ANJO DA MORTE
Fiquei por alguns minutos pensando no que tu escreveu. Me deliciei com as palavras e senti no meu coração muita tristeza. Mas a arte tem dessas coisas, é exatamente isso:provocar reações.Muito lindo!
Re: ANJO DA MORTE
A morte que tanto nos deixa a refletir por vezes se torna a amiga que desejamos ao lado.
Com este anjo queremos caminhar para lugares onde nada mais importa, nada sentimos a existência já não nos é mais sonho apenas o pesadelo do que procuramos. Venha em cavalgada e nos leve para escuridão desde que a paz nos brote.
Poema em bom tom.
Cecilia Iacona
Re: ANJO DA MORTE
Dany, Flávia e Cecília. Agradeço pelos comentários. Vocês estão dentre minhas leituras favoritas. Abraços.
Re: ANJO DA MORTE
SENSACIONAL,UM DOIS MAIS BELOS POEMAS QUE EU JÁ LI, MEUS PARABÉNS, GRANDE POETA Betofelix!
Que nos sonhos a morte me adormeça.
E do corpo, a dor que padece,
Quando em prantos o olhar desfalece,
Seja o éter que me entorpeça.
LINDO EM TODOS OS VERSOS E ESTROFES, MARAVILHOSOS!
Um abração,
Marne
Re: ANJO DA MORTE
Grato Marne. Seu leitura é valiosa.
Re: ANJO DA MORTE
Beto,
Uma descrição da morte em momentos distintos, ora parece desejada, ora conquistada, ora conformada... Uma mistura onde nasceu uma bela poesia triste.
Abraço
Re: ANJO DA MORTE
Betofelix;
Um inicio fenomenal, seguro e incissivo, com a chave logo á vista na magistral passagem :"Que nos sonhos a morte me adormeça."
Um vazio de alma num medo constante de não acordar. A inquietude de um momento a sós, contigo mesmo, temendo que o cérebro se deligue, sem que possa dar caso ou luta.
Avanças depois seguro, "Sejam anjos do firmamento,
Os meus suplícios atendidos", para que do pouco que peças, sejas atendido. Numa vã tentativa de ajuda, caso te faltem as forças.
E por fim, o sonho mirabolante a personagem que já não usa a Ceifa, mas para ti se apresenta de archote.
A questão...será anjo?
Pelo menos para ti assim será
Gostei especialmente do epilogo...
"Pro sonho da vida morrer."
Construção fecunda, segura e mais uma vez, feita com génio e mestria.
Nem tudo parece tão vago, nem tudo é dominio dos sonhos.
Parabens
Re: ANJO DA MORTE
Obrigado pela análise Mefistus.
Vejo esta poesia como a desistência (o que nunca pode ocorrer), e com ela o pedido de descansar numa morte tranquila, enquanto dorme.
Interessante o quão uma poesia desperta interpretações diversas e corretas, depende de quem lê e quando lê. Abraço.