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ATRAIÇOADA

Por entre choupos, pinheiros e de algumas outras
árvores, completamente despidas de folhas,
num emaranhado, de ramos e de raminhos, a nossos
olhos, mais ao longe, erguia-se a silhueta, sombria,
de uma montanha.

E no que seria, um jardim, com pessoas passeando,
de cá, para lá, ou nos bancos, com uma mesa, se
sentando e conversando, entre elas, somente uma
jovem, sozinha, parecia ter-se resignado, ao
frio da manhã e à nudez, que a circundava… pensativa.

"Não por uma adivinhação qualquer, que tenha feito
referência, acima,
como estando fria, a manhã, apenas o imaginei, porque
as roupas, da
jovem, ou a falta destas, assim me o diziam".

E com todo o jardim, ao seu dispor, no banco, de madeira,
por si escolhido, repentinamente, sua cabeça, foi pendendo,
para um dos lados,
diria que, para suportar, imensa tristeza, que sua
alma, não entendia… num misto, de dor e de pena.

Se por respeito, pelo sofrimento alheio, a todo o
redor, pássaros não se ouviam, e, as árvores, estavam
estranhamente, quietas.

E ali ficou, a nossa jovem, de tudo e de si mesma,
isolada, cabeça pendida, para o mesmo lado;
imersa em seus pensamentos, que bem se percebiam,
doídos, em seu corpo frágil e pequeno: atraiçoada,
por uma mente, que, alguém, ousou corromper.

Jorge Humberto
10/07/09

Submited by

quinta-feira, março 29, 2012 - 18:13

Poesia :

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Jorge Humberto

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Comentários

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A dor, a imensa dor, entra em

A dor, a imensa dor, entra em nós, tornando-nos pêndulos ambulantes na imensidão deste mundo.
Como essa jovem querida, muitas(os) procuram um lugar calmo para finalmente fazerem a introspecção que modificará as suas vidas.

Consegui sentir o vibrar da poesia que vive em ti!

Excelente!

Beijinho, Joana :)

imagem de Jorge Humberto

Olá, querida, Joana,

Olá, querida, Joana,

fiquei muito feliz por receber-te e pelo teu excelente comentário, a meu humilde poema,
que, no fundo, fala de todas (os) as jovens, deixadas ao descaso, abusadas e estropiadas, por gente sem escrúpulos, sentimentios nennhuns. Um poema onde tentei passar essa dor tremenda, causada pelas violações, a que, ainda hoje em dia, muitas estão sujeitas. Sendo que muitas dessas violações são perpretadas por namorados. Qualquer violação é infame, mas uma jovem vê no seu namorado, dias de um futuro risonho, para ambos. Infelizmente, mais do que nunca, tal vem-se sucedendo. Meu desejo é que procurem sempre ajuda (que a há), que lhes proporcione a ultrapassar tais traumas e redescubram a Mulher que nunca as abandonará e, com calma, juntas a pessoas que as entendem, fazendo a tal introspeção, de que tu falas, retomem suas vidas, novos caminhos, onde então, se sentirão em plena graça, que há em cada Mulher.

Beijinhos meus em ti
Jorge Humberto

imagem de Henricabilio

flores amargas

o ardor
da dor
é dador
do pior
na flor
do desamor:
a atração
da traição!

e de toda a emoção, se alimenta a poesia!

Bom dia, Jorge!
Um abraç0o desde as Caldas!
Abilio.

imagem de Jorge Humberto

Olá meu querido, amigo, Abilio,

Olá meu querido, amigo, Abilio,

bom dia, para ti também, a 8km de Lisboa, desde o Bairro da Covina. Hoje o céu está carregado e chove sem parar, espero que a chuva se mantanha, sem parar, pelo menos durante uma semana inteira, que muita falta está a fazer.

Sempre um prazer renovado, receber-te no meu cantinho de poesia, ficando a saber de tua opinião e apreço, a meus humildes versos. Este poema fala de uma violação, e vejo-o como um poema bem triste, conseguindo sentir bem, toda a envolvência, a solidão, da vitima.

Aparece sempre, meu amigo, Abilio!

Abraços meus.
Jorge Humberto

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