bola sete

a realidade está madura
o café entornou
um monte de livros amarelados
não gosto de quem fala bonito
gosto de tirar o resto do dia
pra ficar triste
me desentender
não ter raiva de ti
ter raiva...de ti
só Hamelt ia entender
quinze segundos pra nada
pagar uma costela a vista
ser maior que meus desertos
tudo por nada
resistir ao medo com raiva
danar à pensar
silencio, palavra, gesto
esquina, suor, fome
afronta
não precisar explicar
a vida ser melhor que o diário
revisita-la a meu modo
aguardar com um olhar que demora
uma menina de frente à Deus
não contar à nuinguém
andar onde os romanos e judeus
foram há 2000 anos atrás
e ser a mesma pessoa
deixar o dia mais animado que desenho
deixar o coração fora da chuva o dia todo
repentinamente não ser atraída
contar as condições
enlouquecer
tirar o revóver da cabeça
e mirar no espelho
sem intervalo de tempo
a bola sete na caçapa