CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Calar de flores
I
Enquanto dormes toda a natureza
Dorme contigo e a paz reina ainda cedo.
E muito penso sobre este segredo
Maravilhoso que faz a beleza
Que é tua, a das flores, brotar da quietude
E tudo encher com plenitude.
Caso à cabeceira houvesse de flores
Um vaso toda vez que eu fosse à cama
Aflito feito somente é quem ama,
Bela flor, por cada um de teus amores,
Um perfume a encher o ar de nostalgia,
Em cada pétala eu procuraria.
E a garganta o mais sincero queixume
Me sobe, sobre o poder existir
Quem possa quando eu não posso sentir
O cheiro suave que me é o teu perfume.
Este singelo ciúme que por ti eu sinto,
Que a todos eu mentiria e que eu não te minto.
Flores tanto dizem sem dizer nada
E é este silêncio quem as faz tão belas.
Feito eu mesmo simplesmente soube “É ela!”
Ao te ver, minha eterna namorada,
Há muito tempo atrás pela primeira
Vez e a calar decidi: a derradeira.
Se sob do astro rei toda a candura
São as cores e as formas a embelezar
O dia, mais tarde, se não há tanto a olhar
A encher todo o ar será a sutil frescura.
Se feito não olhava-nos nem a lua
Tarde da noite naquela fria rua.
II
E se para perceber que és me em tudo
Estes versos ainda não são o bastante
Pensa em desenhos, jardins verdejantes.
No colorir de tão absorto mudo
Do arbusto, da árvore, do céu, do sol
E entre eles, bem vistoso, um girassol.
Nos arbustos flores pequeninhas,
Na árvore, sempre vermelha, há uma maçã.
Rosas roubam a sua cor da manhã
E mesmo em bouquet sentem-se sozinhas:
Se nos fere a apartar-nos a distância
Ferem-nas os seus espinhos em sua ânsia...
As flores estão por todos os lados.
Se não, sutil, há no silêncio um frescor
E na lembrança as lembranças, meu amor,
De quando enfim juntos e apaixonados
Pudemos um no do outro estar nos braços
Feito não estivemos no fim de março.
Ao chamar a ti de minha querida
Quero para da minha alma o deleite
Um sorrir branco tal qual copo-de-leite
Que é branco também como a margarida...
Pobre margarida sempre gentil
A velar por quem vive quem partiu.
As margaridas são sempre gentis
Feito em meu rosto o toque da tua mão
Quando após fazer o meu coração
Se sentir feito nunca foi feliz
Chegara a mais temida e inevitável hora:
Ficava tarde e tinhas de ir embora.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2921 leituras
Add comment
other contents of Adolfo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Da usurpação | 1 | 2.284 | 11/13/2021 - 11:37 | Português | |
Poesia/Soneto | "Deus está morto!" | 5 | 5.794 | 11/13/2021 - 11:35 | Português | |
Poesia/Aniversários | XXVIII | 1 | 2.230 | 11/13/2021 - 11:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Quatro de Copas | 0 | 2.673 | 03/06/2020 - 21:33 | Português | |
Poesia/Soneto | Cântico do cântaro | 0 | 3.946 | 03/04/2020 - 06:18 | Português | |
Poesia/Soneto | Autumnus | 0 | 2.380 | 01/17/2020 - 00:59 | Português | |
Poesia/Soneto | Stigma | 0 | 2.621 | 01/15/2020 - 07:15 | Português | |
Poesia/Desilusão | Versos natimortos | 2 | 4.764 | 01/15/2020 - 07:05 | Português | |
Poesia/Tristeza | Cicatriz | 3 | 3.610 | 03/21/2018 - 22:49 | Português | |
Poesia/Fantasia | Meu pequeno mito da criação | 5 | 3.977 | 03/18/2018 - 19:29 | Português | |
Poesia/Desilusão | 18 - Uísque | 2 | 4.544 | 03/18/2018 - 19:28 | Português | |
Poesia/Desilusão | Uma nau sem rumo | 2 | 4.617 | 03/18/2018 - 19:25 | Português | |
Poesia/Soneto | Ocaso | 2 | 3.839 | 03/18/2018 - 19:24 | Português | |
Poesia/Soneto | Pontius Pilatus | 1 | 5.404 | 02/28/2018 - 16:24 | Português | |
Poesia/Soneto | Boemia | 1 | 3.839 | 02/27/2018 - 18:05 | Português | |
Poesia/Paixão | Konijntje | 2 | 4.444 | 04/20/2017 - 16:11 | Português | |
Poesia/Erótico | Austeridade | 2 | 5.029 | 04/14/2017 - 14:48 | Português | |
Poesia/Soneto | Última lua juntos | 1 | 5.197 | 01/20/2017 - 09:50 | Português | |
Poesia/Amor | Leviatã | 0 | 2.992 | 02/22/2016 - 23:36 | Português | |
Poesia/Paixão | A sós em Cabo Branco | 2 | 3.882 | 08/27/2014 - 21:21 | Português | |
Poesia/Haikai | Hai-kai da lua | 1 | 6.765 | 06/13/2014 - 23:07 | Português | |
Poesia/Poetrix | Do quarto-minguante | 2 | 5.123 | 06/13/2014 - 22:35 | Português | |
Poesia/Intervenção | Choque! | 0 | 3.695 | 06/21/2013 - 19:30 | Português | |
Poesia/Soneto | Eu quero ver a grande confusão! | 0 | 4.103 | 06/19/2013 - 21:31 | Português | |
Poesia/Soneto | Revisão De Princípios - Fim Dos Princípios | 0 | 4.926 | 04/12/2013 - 00:31 | Português |
Comentários
Fico feliz que tenha gostado
Fico feliz que tenha gostado do poema. E quanto as estes dois primeiros versos, acho que também são os meus favoritos dentre as três partes (depois postar a terceira por aqui).
Grato eu!
Olá Adolfo, Como fiquei
Olá Adolfo,
Como fiquei encantada com esse teu poema,é muito belo e esse começo:"Enquanto dormes toda a natureza/ dorme contigo e a paz reina ainda cedo."
Sublime!!
Abraço