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Cordel do Rio Vermelho
Uma ideia acende meu juízo
Uma pergunta abala meu orgulho
De não ser só um fagulho
Ou exatamente aquilo que preciso.
Minha irmã aprende minha arte
Ouço de seus delicados lábios
Algo que me despertou vários
Pensamentos por toda parte.
O almoço no fim de semana
Aniversário de meu pai
Num restaurante com gente bacana
É onde a ficha cai.
No pensamento, o Rio
Novos rumos a percorrer
Em Brasília me sinto vazio
Tá na hora do menino crescer.
Valeu cerrado! Valeu Brasília!
Agora sinto que devo continuar
Pegar o túnel que me leva à poesia
Já que a arte não pode esperar.
Levo comigo as lembranças
Que esse céu me governou
Guardo na cabeça, além da dança
Tudo aquilo que um dia se sonhou.
Jamais me esquecerei
De quando eu era pequenino
Das aventuras que cruzei
Das ilusões de menino.
O que o futuro me aguarda?
Confesso que ainda não vou falar
Só o medo de estar só me abala
E também a falta com quê sonhar.
Mas enquanto o “sonhar” existir
Enquanto viva estiver a arte
Eu vou pra sempre sorrir
E caminhar com muita vontade.
Enquanto houver na cidade poesia
Em uma madrugada qualquer fria
Mesmo que ela embora não dê conta:
Pra frente a seta da mente sempre aponta.
Pois eu vou voar pelo Brasil
Atravessar rios e medos
Vou andar pelo solo que me pariu
Enfrentar aventuras e segredos.
No pensamento dou um jeito
Mas nas ilusões primeiro
E com a vontade de forasteiro
Cumprimentos em respeito.
Pode loucura ser
Pode o vento não deixar
É pedir muito viver?
É pedir muito voar?
Não sou eu quem vai responder
Nem o liberto escravo
Nem o leitor há de saber
Da poesia, um centavo.
Há quem diga que todo poeta
É também, um músico frustrado
E quando a música é boa, liberta
E quando é ruim, sai de lado.
Pois o poeta é o óbvio que ninguém vê
O poeta se esconde onde ninguém lê
O poetá é de longe, o mais incrível ser
Pois poeta é a lua, a luz e também é você.
Mas um dia então se caça
Como um feroz amanhecer
Na cabeça o mundo passa
Só não passa quem for perder.
E nesse eterno passa e repassa
Eu vim de longe te dizer:
Que na vida quem trapaça
Em paz não consegue viver.
Acordo cedo e desmonto a lembrança
Um armário e dentro dele há saudade
Desenrosco sonhos com um pouco de vaidade
E com martelo prego sempre a boa esperança.
Tento a fuga, me esquivo, dou um jeito
Notícia boa eu recebo com respeito
Tento agora um vício da saudade
Dos subúrbios, das esquinas da cidade.
Tomo um gole me embriago de razão
Pelas ruas, sob a mesma direção
Há quem diga com respeito e dignidade
Mas não há quem possa contra toda a humanidade.
Minha cabeça ao vento se dilui
Minhas mãos à mercê continuam
É a hora do tempo que já fui
Sob o véu de onde quer que evoluam.
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Comentários
Re: Cordel do Rio Vermelho
Uma ideia acende meu juízo
Uma pergunta abala meu orgulho
De não ser só um fagulho
Ou exactamente aquilo que preciso.
Poesia pura!!!
:-)
Re: Cordel do Rio Vermelho
Tiagoornellas,
Li todo,gosto do cordel.Em Salvador conheço vários poetas do cordel e repentista.
Neste site vc me deu o prazer de ler um cordel.Continui....
Continui....Gostei de verdade.
Abraço
Re: Cordel do Rio Vermelho
Teu cordel está perfeito!!!Tem rima e critica.
Adorei!!!
Um abraço para ti, da Bahia.
Re: Cordel do Rio Vermelho
obrigado Varenka! Achei q ninguém iria ter paciência para ler até o fim... hehehe
:plol
beijos para ti, do Cerrado. :hammer:
Re: Cordel do Rio Vermelho
Um Cordel do livro. Apreciem! :plol