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Duas mãos enlaçadas
Faço do azar a minha sorte
Orientado com o desnorte
De percursos atalhados
Entre sonhos falhados
Por causas já vencidas
Outras porém perdidas
Continuo ainda a sonhar
Ainda que o tempo me fustigue
Vou andar, vou caminhar
Por mais que a dor me castigue
Salto intransponíveis barreiras
Ultrapasso limites, fronteiras
Renego todo o meu ser
Se para te ter for preciso
Invento um paraíso
E posso, então, renascer
Voltar a ter o prazer
Do gosto do teu amor
Mistura-se o nosso odor
Num enlace anunciado
Preso no abraço incendiado
Nas lágrimas já da saudade
Que anseiam pela intimidade
Destas vidas tão fugazes
Seremos então capazes
De enfrentar o correr do tempo
Lembrar cada momento
Como se fosse o primeiro
Arrancar ao tempo entranhas
Fazer as coisas mais estranhas
Neste mundo dos mortais
Mas saber que são intemporais
Estas juras que hoje te faço
Pois me liberto do cansaço
Só com um simples olhar teu
Sinto-me no meu apogeu
No auge da minha existência
Roubaste a minha inocência
Mas contigo eu aprendi
Que as maravilhas do mundo
Estão contidas num sorriso
Que irradias lá do fundo
E que para ser feliz eu preciso
Somente de ti
Por isso eu te autorizo
Que sejas parte de mim.
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