E chamam-no de cego.

Chamam mudo ao ar que respiro,
Dão asas á sorte e ela voa.
Fecho os olhos ao meu retiro,
E pinto de estrelas o meu céu de mágoa.
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E dizem"eles" que amam, são sonhadores.
No silencio que grita e pragueja,
Está a raridade das mil cores,
E são "eles" que dela morrem de inveja.
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Eu não sei quem o inventou,
Mas admiro o seu imenso coração.
Na penumbra da noite encontrou,
O sentimento da nossa razão.
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Chamam-no de Cego, ao amor.
Mas é ele apenas cego de Gostos.
Pois dou mais valor,
A quem consegue ver além dos rostos.
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Pois no coração esta realmente o amor,
Não nos olhos de um ser.
Que só vê cor.
E o invisível aos olhares, deixamos de o ver.
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