CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Em uma rua qualquer de algum lugar
Por um instante os olhos se abriram
Diante de si as imagens de um tempo remoto
De alegria e sonhos a serem realizados
Os olhos atentos buscavam entender
Sabia a sua triste situação
Deitado ali naquela sarjeta
Tendo jornais velhos como cobertor
E buscando no final do dia nas latas de lixo
O seu alimento para sobreviver.
A vida havia o empurrado para os becos
Na companhia de outros infelizes
Cuja vida não fazia mais sentido algum
Apenas uma existência vazia
Em um mundo contaminado pela dor
E abandonado pela hipocrisia de seus cidadãos.
Preferia viver entre as latas de lixo
Em meio a sujeira das ruas
Embrulhado nos jornais e cobertores velhos
Do que suportar a arrogância de gente hipócritas
Sentadas em suas cadeiras confortáveis
Explorando mais um indigente jogado nas sarjetas.
Mas nem sempre fora assim e isso o machucava sempre
Ao lembrar sua vida na juventude
A linda esposa, a família, o emprego
Os finais de semana no lago, na grama a brincar
Com sua linda filha pequena
E, ao lembrar tudo isso, não continha suas lágrimas
Que tentava esconder entre as barbas longas
No rosto triste de uma saudade.
A noite é fria e o vento silencioso empurra os jornais
Tenta se agasalhar como pode entre os trapos
E olha firme para o vidro de uma loja chique na esquina
No reflexo do espelho vê a imagem que muda seu coração
Do outro lado da rua duas mulheres
Com olhares entre a dor e a esperança
Faz com que seu coração quase deixe de bater.
A sua linda garotinha cresceu
E agora é uma jovem adolescente de rosto angelical
Seus passos são vacilantes entre o desejo de abraçá-la
Ou correr para bem longe
Onde poderá esconder a sua tragédia.
Sua esposa trás em si as marcas da dor
Em um rosto marcado pelo abandono de quem amava
Mas seu semblante também era de perdão
Como se o tempo pudesse mudar aquela situação
E tudo voltar ao normal outra vez.
A jovem dá os passos decisivos em sua direção
Não se importa com a sujeira e o mal cheiro do lixo
Com sinceridade e lágrimas nos olhos
Ela o abraça forte e sussurra em seus ouvidos:
- Papai!
Sob os olhares de seus colegas e transeuntes nas ruas
Há uma comoção nos corações
Que se alegram com esse reencontro.
Então o barulho estridente de um carro em alta velocidade
O faz acordar do sonho
E contempla atormentado a sua miséria
Deixa escapar lágrimas de seu rosto
E pensa na sua família a muito tempo deixada para trás.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1100 leituras
Add comment
other contents of Odairjsilva
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | Vida | 6 | 132 | 12/14/2024 - 12:49 | Português | |
Poesia/Amor | Me veste de amor | 6 | 197 | 12/13/2024 - 12:16 | Português | |
Poesia/Intervenção | Discurso ao penhasco | 6 | 162 | 12/12/2024 - 11:30 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Um breve hiato | 6 | 398 | 12/11/2024 - 21:26 | Português | |
Poesia/Meditação | Tudo é tão estranho | 6 | 185 | 12/09/2024 - 15:25 | Português | |
Poesia/Intervenção | Alienados no teatro digital | 6 | 277 | 12/08/2024 - 18:22 | Português | |
Poesia/Desilusão | A sabedoria da ilusão | 6 | 255 | 12/07/2024 - 12:04 | Português | |
Poesia/Meditação | O homem esquecido | 6 | 391 | 12/01/2024 - 14:09 | Português | |
Poesia/Meditação | Cinismo | 6 | 406 | 11/28/2024 - 18:47 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Caminhos não percorridos | 6 | 535 | 11/26/2024 - 18:47 | Português | |
Poesia/Amor | Amor que não se apaga | 6 | 288 | 11/23/2024 - 12:32 | Português | |
Poesia/Meditação | Travessia silenciosa | 6 | 343 | 11/20/2024 - 12:27 | Português | |
Poesia/Meditação | Nos olhos do poeta | 6 | 462 | 11/17/2024 - 12:47 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A jornada do herói | 6 | 757 | 11/16/2024 - 14:19 | Português | |
Poesia/Amor | Cada minuto | 6 | 385 | 11/11/2024 - 23:51 | Português | |
Poesia/Tristeza | Solidão em dias comuns | 6 | 237 | 11/09/2024 - 03:13 | Português | |
Poesia/Intervenção | Nem tudo pode ser esquecido | 6 | 433 | 11/05/2024 - 23:40 | Português | |
Poesia/Pensamentos | De que lado você está? | 6 | 787 | 11/02/2024 - 12:29 | Português | |
Poesia/Paixão | Doce é imaginar tua boca | 6 | 231 | 10/30/2024 - 19:59 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Labirintos oníricos | 6 | 1.060 | 10/26/2024 - 13:31 | Português | |
Poesia/Fantasia | Lembra dos tempos passados? | 6 | 608 | 10/25/2024 - 23:34 | Português | |
Poesia/Amor | Se meu coração pudesse falar | 6 | 371 | 10/22/2024 - 20:41 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O peso imenso das ilusões | 6 | 1.185 | 10/19/2024 - 12:29 | Português | |
Poesia/Desilusão | Perder-te | 6 | 509 | 10/18/2024 - 19:02 | Português | |
Poesia/Amor | Além da conquista | 6 | 289 | 10/16/2024 - 23:34 | Português |
Comentários
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com
Visitem os
Visitem os blogs
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
www.meutestemunhovivo.blogspot.com