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As esquinas do século vinte e um
Todas as esquinas oferecem um perigo iminente
Você nunca sabe o que pode encontrar
Assim que cruzar o limiar do desconhecido
Suas sombras adormecidas podem ser despertas
E monstros serem libertos de suas prisões.
Velhos mortos estão espalhados pelo tempo
Eu até tenho o meu roteiro preparado
Mas não posso desenvolver sozinho
Se nem todo dia posso ouvir uma sintonia
Nem mesmo uma melodia barata nas vielas.
Choramos lágrimas de festim para disfarçar
Transbordamos fantasias para esconder
Um pequeno circo se forma nas penumbras
Onde artistas maquiados pedem aplausos
Quando existe apenas vaidade refletida nos olhos.
Ninguém se importa com a nossa maturidade
Quando todos estão envolvidos em seus segredos
Nada existe debaixo dos seus olhos
Se máscaras tentam cobrir todas as cicatrizes
Talvez nunca venhamos a saber a história.
Onde estão todas as crianças perdidas?
O perigo do talvez nunca está com os adultos
Apenas o sorriso de um gato invisível
Pode entregar as atrocidades que se fazem
Nos gramados esverdeados e jardins floridos.
Por que um poeta triste deveria se importar
Com a mácula de mente juvenis sem direção?
Por que deveria gritar em seus versos políticos
Brados de advertências contra esses corruptos
Lobos vestidos de ovelhas entre nós?
Todas as esquinas do século vinte e um
Escancaram o seu trágico recado de alerta
Em algum canto escuro por ai
Almas inocentes estão sendo devoradas
Pelos monstros por trás de figuras públicas.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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