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Fúria de titãs
Noites intermináveis perturbam a mente
Corpos a rolar pelo escuro
Tateando o ar como se buscassem a salvação
Pesadelos e tormentas de vidas
Que lutam contra o destino tão injusto.
No Olimpo os deuses brincam e dão gargalhadas
Enquanto se esbaldam nas taças de vinhos
Desprezam a dor alheia
E não se importam com a batalha interna
Dos que sofrem as suas mazelas.
São figuras estampadas no olhar cansado
De vítimas produzidas pelo desprezo
Não se dão ao luxo de pensarem
Que poderão enfrentar a fúria dos titãs
Porque um dia eles se revoltarão.
A tormenta segue o seu fluxo nas noites de solidão
Onde desejam esquecer o que não pode ser esquecido
E a busca pelo refúgio se perde na incerteza
Nas águas turvas e violentas do mar da existência
Onde tudo parece ser mais aterrorizante.
Na busca pela liberdade eles tem que prosseguir
Precisam ignorar as ameaças dos deuses
E tentar encontrar em algum lugar a tão sonhada paz
Que traz alento ao coração angustiado
E precisam acreditar que isso é possível.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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