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AS GALAS
As galas
Sempre que aparecem as galas,
Gorjam das gargantas as falas,
Os galos saltam dos poleiros,
Com a sua importância e dinheiro.
As galas mostram as suas penas,
De cores brancas ou morenas,
Cruzam – se as críticas nos olhares,
E nos galinheiros juntam – se aos pares.
Batem as palmas sem vontade,
Alguém falou da mentira ou da verdade,
Abrem – se os sorrisos mostram – se os dentes,
E os que discursam ficam contentes.
Galas novas ou velhas de tradição,
Mostram as penas mas a idade não,
Os galos abrem os olhos para as galas ardentes,
E elas gostam dos olhares das falsas gentes.
Pobres gentes não entram nestes galinheiros,
São galas só para os que têm apenas dinheiros,
Porque sentimentos às vezes falham,
E pela senda das vidas se iludem e se espalham.
Tavira, 13 de Junho de 2010 - Estêvão
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