A Matéria

A Matéria

O som do ferro atravessa a rua central.
A época em que estamos já não importa.
Milimetricamente bate em minha mente.
A dureza da matéria dobra-se ao tempo,
Enverga, teima e resiste ao vento sul,
Mas não abre mão de seu afeto mordaz

A carne e o ferro se encontram no paradoxo,
E o trem parte só da estação da Central.
Hoje o dia não tem olhos para o calendário,
Nem a noite acende as tochas da paixão.
As brumas tocam a nudez das montanhas.
Querer estar onde é impossível ver o olhar.

A penumbra é uma porta entreaberta
A luz e a escuridão; voo dramático da vida.
Visão fracionada dos vértices do tempo
Espremer o limão com luvas de borrachas,
E ouvir as quatro estações de Vivaldi.
Compor em cordas de aço, o viço do olhar.

Matéria Prima
O som do ferro atravessa a rua central.
A época em que estamos já não importa.
Milimetricamente bate em minha mente.
A dureza da matéria dobra-se ao tempo,
Enverga, teima e resiste ao vento sul,
Mas não abre mão de seu afeto mordas.

A carne e o ferro se encontram no paradoxo,
E o trem parte só da estação da Central.
Hoje o dia não tem olhos para o calendário,
Nem a noite acende as tochas da paixão.
As brumas esfriam a nudez das montanhas.
Querer estar onde é impossível ver o olhar.

A penumbra é uma porta entreaberta
A luz é a escuridão de um voo dramático.
Visão fracionada dos vértices do tempo
Espremer o limão com luvas de borrachas,
E ouvir as quatro estações de Vivaldi.
Compor em cordas de aço, o viço do olhar.