Vida Além- Mar

Vida Além-mar.

A criação divina não está numa mente científica,
Mas, dentro duma maçã, de vida breve de eternos desejos.
Contem a poupa, a sabedoria dos dentes cravados de Eva,
Que na primeira mordida, saboreou a morte dos dias.
As equações se apagaram num quadro negro cheio de estrelas.
Nada existe, além dos montes lunares, e dos abismos de Marte.

Caem diante do Tempo os Deuses leoninos, e o mundo vingativo.
O fogo dos templos alimentam o horizonte com as cores prismáticas,
Enquanto os olhos de Hórus, observam os ninhos das águias
Dos sonhos de Prometeu, apenas as cinzas restaram na luz da aurora.
Assim será para sempre, a primeira carta, e o último sorriso de adeus.
A alma ainda soluça a chama que se apagou dum olhar de esperança.

Contorno reticente de Vênus, despi-se para os olhares ígneos.
O fogo nada mais é do que a dança fugaz duma serpente.
Visões do futuro trazem as ruínas do Tempo das entranhas da Terra.
Nautilus, navegação precisa, onde a bússola é apenas o ar que respira,
Enquanto os Polos dividem as extremidades das mãos em saudades,
Faz-se a junção do abismo com os mares por onde as caravelas singram.

Tormentas; Até quanto o vento norte trará as luzes azuis das geleiras,
Abrigando os sonhos de aço cravado no infinito resplandecente rubi?
Rochas de cores grises, fatiadas pelas águas, dividem-se em pensamentos.
O inverno se traduz em esquecimento, e nada existe, além das marés.
Estrelas; assim com os barcos pesqueiros estão presos nas rede da ilusão,
Como cardumes cheios de ambições, e devorados pelo vórtice do Tempo.

Mentes resplandecentes, unem-se sobre a constelação de Órion.
Nos momentos de solidão, sei que há vida em Vila Franca del Bierso,
Por onde as estrelas guias banham com sua luz, a alma dum peregrino.
Os pensamentos, nunca estão aqui ou acolá, e sim entre dois hemisférios.
Assim foram com as primeiras Caravelas ao cruzarem os mares do Sul,
A abrir fendas profundas do carvalho sobre o azul profundo do além-mar.